Os juros futuros encerraram a sexta-feira (6) com tendência de baixa, refletindo uma reinterpretação mais otimista do relatório de emprego nos EUA. O movimento inicialmente desfavorável nos mercados amenizou-se à tarde, influenciando a inclinação da curva, com taxas longas apresentando maior elevação em comparação às curtas. A semana também foi marcada por uma reprecificação do ciclo de cortes da Selic.
Fortes variações nas taxas
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,955%, de 10,976% no dia anterior. O DI para janeiro de 2026 terminou com taxa de 10,83%, de 10,86%. A do DI para janeiro de 2027 passou de 11,12% para 11,07%, e a do DI para janeiro de 2029, de 11,62% para 11,56%. Na semana, as taxas longas subiram cerca de 30 pontos-base, enquanto as curtas registraram um aumento em torno de 10 pontos.
Impacto dos Treasuries nos ativos domésticos
O segmento de juros no mercado doméstico mostrou uma recuperação tardia ao longo da sessão, seguindo o movimento dos Treasuries. Em Wall Street, os yields dos títulos do Tesouro dos EUA desaceleraram à tarde, embora tenham encerrado em níveis elevados, atingindo máximas desde 2007. A T-Note de dez anos, referência entre ativos livres de risco, projetava taxa de 4,78% no final da tarde.
Emprego nos EUA surpreende
A criação de 336 mil postos de trabalho nos EUA em setembro, superando o consenso de 175 mil, inicialmente causou reações negativas nos mercados globais. O dólar atingiu picos em R$ 5,22, refletindo a surpresa dos investidores. No entanto, a tarde trouxe uma revisão das percepções, destacando que a alta nos salários por hora ficou levemente abaixo das expectativas, e a taxa de desemprego permaneceu em 3,8%.
Zeragem de posições e impacto na precificação
A semana testemunhou uma significativa zeragem de posições prefixadas, impactando as apostas para a taxa Selic. Mais por efeito técnico do que fundamentos enfraquecidos, o mercado agora considera uma possível desaceleração para 0,25 ponto a partir do Copom de dezembro, revisando as expectativas anteriores de 0,75 ponto. Isso refletiu na projeção da Selic de 11,75% no final de 2023 e uma taxa terminal acima de 10%, prevista para o terceiro trimestre de 2024.
Imagem: Freepik