Mercados
O presidente da República Jair Messias Bolsonaro nomeou, nesta quarta-feira (11), Adolfo Sachsida para o ministério de Minas e Energia, após surpreender o mercado, e até mesmo os integrantes da pasta, com a exoneração de Bento Albuquerque, na esteira da briga em torno do aumento dos combustíveis pela Petrobras.
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Adolfo Sachsida é servidor de carreira do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea). O mais novo ministro do MME chegou a ocupar a chefia da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia.
O ministro também é um dos principais auxiliares de Paulo Guedes, ministro da Economia. Ele já foi secretário de Política Econômica e, mais recentemente, ocupou a chefia da Assessoria Especial de Estudos Econômicos.
Sachsida também é doutor em Economia pela Universidade de Brasília (UnB) com pós-doutorado pela Universidade do Alabama, nos Estados Unidos. Ele também é advogado, especializado em Direito tributário.
O novo chefe da pasta também foi diretor-geral de Desenvolvimento Nuclear e Tecnológico, secretário de Ciência, Tecnologia e Inovação e atuou no exterior como observador de tropas da ONU.
Sachsida já se posicionou a favor da privatização da Eletrobras e de outras empresas, ao comentar que a provedora de energia estava entre as prioridades de capitalização pelo governo e que “2021 é o ano das privatizações”.
Em entrevista ao site Poder360, Sachsida Afirmou que o auxílio emergencial poderia ter sido menor do que os R$ 600 pagos. Entretanto, ele disse que à época não seria possível prever o valor correto. “Quando você olha ex-post poderia (ser menor). Mas foi uma decisão que naquele momento fazia sentido.”.
Em 2020, quando o Brasil enfrentava a primeira onda da pandemia de coronavírus, Sachsida, então responsável por fazer as projeções do Ministério da Economia, sugeriu ao ministro Paulo Guedes que adotasse a tese de “imunidade de rebanho”. De acordo com essa teoria, o aumento do número de infectados seria positivo, pois agilizaria a imunização.
Ao depor à CPI da Covid no Senado, em julho de 2021, o economista assumiu que não consultou ninguém do Ministério da Saúde antes de defender a ideia, que contraria diretamente a Organização Mundial da Saúde (OMS), e cuja ineficácia é comprovada.
As falhas nas projeções em relação à pandemia levaram o Guedes a admitir que sua pasta cometeu "um engano" ao não prever a continuidade da pandemia após 2020.
Imagem: Reprodução/Twitter