Roberto Campos Neto, presidente do Banco Central, criticou nesta terça-feira (26) a falta de autonomia “mais ampla” para a instituição e que a situação dificulta a gestão do banco.
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Em fevereiro do ano passado, foi sancionado Projeto de Lei que garantia autonomia operacional ao Banco Central em relação ao governo federal. Porém, a instituição continua sem independência financeira e administrativa.
Essa declaração ocorre na esteira da greve dos servidores do Banco Central, que foi suspensa temporariamente para aprofundar negociações. A suspensão será de um mês, e a “operação padrão” continuará após.
O acordo entre as partes se deu após reunião na segunda-feira (18) entre os líderes e o presidente do BC, na qual houve a afirmação de que o reajuste linear de 5% para todo o funcionalismo público era consenso no Executivo.
A crítica de Campos Neto foi feita em sessão solene do Congresso Nacional, em homenagem aos 105 anos do nascimento do economista Roberto Campos, que era avô do presidente do Banco Central.
Ao falar de seu avô, ele mencionou o PAEG (Plano de Ação Econômica do Governo), adotado durante o primeiro governo do período da ditadura militar. Um dos intuitos do plano seria a autonomia do BC.
“Infelizmente, essa autonomia, que é moderna até para padrões de hoje, durou apenas até 1967. E aí, olhando as notas do meu avô do período, ele dizia por que era importante ter as três autonomias e o que causaria ter uma autonomia sem ter as demais.”, disse.
“Hoje nós vivemos aí a realidade de ter uma autonomia operacional sem ter uma autonomia administrativa e financeira e a gente vê a dificuldade no dia a dia de conduzir o Banco Central sem ter uma autonomia mais ampla”, completou
Em contraponto, Campos Neto depois afirmou que o Brasil se encaminha na “direção do modelo idealizado por Roberto Campos”.
O chefe da Assessoria Especial de Assuntos Estratégicos do Ministério da Economia, Adolfo Sachsida, exaltou o milagre econômico – período dos anos 1970 de crescimento econômico do Brasil impulsionado pelo investimento dos EUA no país, mas que foi seguido pelas maiores altas na inflação da história do Brasil.
Sachsida também destacou que o Brasil se tornou o “grande porto seguro do investimento mundial”.
O Ibovespa, principal indicador do desempenho médio das cotações das ações negociadas na B3, apresenta queda de -9,83% no gráfico de um ano, às 15:21 de terça-feira (26) no horário de Brasília.
Imagem: José Cruz/Agência Brasil