O dólar comercial fechou em alta de 1,49%, cotado a R$ 4,8780. A moeda norte-americana refletiu, durante toda a sessão, o movimento de forte aversão global ao risco potencializado pelas dúvidas sobre a retomada econômica chinesa e um ciclo de aperto monetário mais agressivo nos Estados Unidos.
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Segundo o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, “o dólar acaba sendo favorecido, com os investidores buscando títulos americanos que são um porto seguro, evitando os títulos emergentes”.
Rosa acredita que o aspecto fiscal, por ora, não é um problema, mas faz ressalvas: “Bondades salariais poderiam trazer um aumento não esperado dos gastos públicos e novamente estourar o teto”, pontua.
De acordo com o head de análise macroeconômica da GreenBay Investimentos, Flávio Serrano, “existe aversão ao risco devido à desaceleração econômica global, o que afeta o preço das commodities. Em especial o minério de ferro, que representa quase 20% das exportações brasileiras”.
Este movimento, explica Serrano, tem a China como protagonista: “Os juros seguem ajudando real, mas a forte influência chinesa e o temor com os juros nos Estados Unidos geram um movimento de apreensão no mercado”, analisa.
Para o diretor de câmbio da Correparti, Jefferson Rugik, “os investidores estão preocupados com o aumento de juros mais agressivo nos Estados Unidos e com o retorno das preocupações com a Covid-19, após novos surtos do coronavírus na China”.
Além de destacar que o dólar opera em modo vencedor nos mercados globais, Rugik é enfático falar sobre a situação doméstica: “Parece que os participantes do mercado acordaram para os nossos riscos fiscais, em um ano de eleições com o ambiente eleitoral polarizado”, ressalta.
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Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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