O dólar acelerou o ritmo de alta e já passa dos 2,5%. O clima de forte aversão global ao risco gerado pela fala dura do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, soma-se aos temos internos de um novo mal-estar entre o presidente Jair Bolsonaro e o Supremo Tribunal Federal (STF).
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De acordo com o sócio fundador da Pronto! Invest, Vanei Nagem, “para o Powell assumir a inflação deste jeito, o impacto é ainda maior do que imaginamos. O consumo nos Estados Unidos está muito, devido à grande injeção de dinheiro. Eles tEm um problema bem grande”.
Já no cenário doméstico, Nagem enxerga com pessimismo o novo capítulo do embate institucional: “Com o Bolsonaro peitando o Supremo, a situação pode ficar feia. Ele não precisava ter feito isso”, analisa.
Para o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “este movimento de estresse vai dominar o mercado. O discurso do Powell foi hawkish (duro), e demonstrou preocupação com a inflação nos Estados Unidos. Já tem casa projetando que, em algum momento, o aumento dos juros nos Estados Unidos será de 0,75%, mas não na próxima reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês)”.
Komura acredita que, a curto prazo, o dólar deve ganhar força: “Nem as commodities vão segurar o Brasil. Este dólar faz total sentido”, pontua.
Por volta das 11h38 (horário de Brasília), o dólar comercial subia 2,66%, cotado a R$ 4,7420 para venda. No mercado futuro, o contrato da moeda norte-americana com vencimento em maio de 2022 avançava 2,51%, cotado a R$ 4.751,00.
Paulo Holland / Agência CMA
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Imagem: Agencia Brasil/Alan Santos