A demora da Receita Federal em liberar cargas importadas, causada pela greve dos auditores fiscais, pode levar ao aumento do preço do pão francês e a escassez de sabão em pó e amaciante. A paralisação é uma resposta dos auditores fiscais ao corte de 50% no orçamento do órgão promovido pelo governo federal.
O prazo médio para a liberação de produtos em portos e aeroportos aumentou quatro vezes. Subiu de 5 para 20 dias, segundo levantamento do Instituto Brasileiro de Comércio Internacional e Investimento (IBCI).
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Diversos setores da economia alegam estarem sendo prejudicados pela greve dos auditores fiscais por conta da demora na liberação de insumos e produtos. Os principais afetados foram alimentos, higiene e limpeza, bens de consumo, automóveis e varejo.
Segundo informações do Estadão/Broadcast, será encaminhada uma carta ao ministro da economia, Paulo Guedes, relatando os prejuízos às empresas e a demora na liberação de produtos. A carta terá apoio de gigantes multinacionais como Nestlé, Unilever, General Mills, Dow e Sylvamo, entre outras.
O Christian Saigh, vice-presidente do Sindicato da Indústria do Trigo do Estado de São Paulo (Sindustrigo), reportou que há 38 mil toneladas paradas em Santos (SP). O valor corresponde a 27% do trigo moído em um mês no estado.
Os auditores da Receita Federal continuam realizando a operação padrãoEste movimento se tornou padrão entre desde o final de 2021, quando o presidente Jair Bolsonaro prometeu reajustar o salário de policiais federais, gerando greves também entre servidores do Banco Central, Tesouro Nacional, INSS e analistas de comércio exterior.
Segundo o presidente do Sindicato Nacional dos Auditores Fiscais (Sindifisco), o movimento é “inevitável” para evitar que se mantenha a situação atual, em que o governo cortou em 50% o orçamento da Receita neste ano.
O governo segue “fechado ao diálogo”, completou o presidente do sindicato.
Imagem: Piqsels