O dólar comercial fechou cotado a R$ 4,7130, com queda de 0,59%. A moeda foi diretamente impactada pelo IPCA, que aumentou 1,62% em março ante fevereiro, muito acima das projeções do mercdo (1,33%). A disparada inflacionária aumenta as chances de a Selic (taxa básica de juros) ter seu ciclo de aperto estendido.
Segundo o analista da Ouro Preto Investimentos, Bruno Komura, “o driver de hoje é o aumento do IPCA, que subiu muito além do que o mercado esperava. Isso faz com que o Banco Central (BC) repense o aumento das taxas de juros”.
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Komura entende que o Brasil continua sendo mais atrativo que seus pares emergentes: “Por mais que o BC esteja na frente, acho que ele precisa aumentar os juros”, opina.
De acordo com o head de tesouraria do Travelex Bank, Marcos Weigt, “tivemos um ciclo de valorização quase que ininterrupta do real. Os fundamentos técnicos continuam os mesmos, mas além de falta de opção de países emergentes para aportar este capital, sobrando apenas Brasil, México e África do Sul”.
Weigt aponta que, apesar de forte, o IPCA de março foi impactado principalmente por alimentação e serviços, com menos influência de Serviços, o que é positivo: “O BC não deve mudar a rota de apertomonetário”, projeta.
Para a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “seguimos o com o patamar de câmbio próximo dos R$ 4,75, e parece que o mercado não deixa isso ceder mais”.
Além do aumento mais agressivo (0,5%) que o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) deve anunciar na próxima reunião, em maio, a guerra também segue no radar, contribuindo as volatilidades da moeda, além da pressão inflacionária, acredita Quartaroli.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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