O Ibovespa futuro aponta queda, descolado do exterior, com os investidores repercutindo o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de março, inflação oficial do País, que subiu 1,62% em comparação com o mês de fevereiro (1,01%), a maior para o mês desde 1994. O resultado ficou acima das expectativas do mercado, que previa alta de 1,33%. Em 12 meses, o índice acumula ganho de 11,30%. Em recentes entrevistas, o presidente do Banco Central Roberto Campos Neto afirmou que o pico de inflação chegaria em abril.
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A inflação é um temor mundial. Esta semana a ata do Federal Reserve (Fed, banco central norte-americano) sinalizou que os juros devem subir 0,50 ponto porcentual nas próximas reuniões. Os investidores também monitoram a guerra na Ucrânia. Os bombardeios têm se intensificado. Nesta sexta-feira, um ataque com mísseis atingiu uma estação de trem no leste do país deixando 39 mortos.
Os investidores também acompanham o avanço da covid na China, que pode afetar o crescimento do país.
Às 9h50 (horário de Brasília), o Ibovespa futuro com vencimento em abril caía 0,42%, aos 118.425 pontos. Os futuros norte-americanos e as bolsas europeias subiam. Na Ásia, os índices fecharam em alta.
Étore Sanchez, economista-chefe da Ativa Investimentos, comentou que o IPCA é mais um resultado altista. “A surpresa foi espalhada por diversos grupos. Em linhas gerais, o headline se acelerou, colocando os 12 meses em 11,30%, mas os núcleos exibiram um salto extremamente preocupante, que coloca em cheque a posição dovish da autoridade monetária”.
Os analistas da Sul América Investimentos comentaram, em relatório, o mercado deve repercutir o IPCA. “O índice exibe alta disseminada entre seus componentes, reforçando o caráter persistente da inflação, em meio à continuidade da elevação das commodities devido à guerra na Ucrânia, e deve desafiar a intenção do Copom [Comitê de Política Monetária] em encerrar o ciclo de ajuste com a Selic em 12,75% ao ano(aa)”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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