As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em alta acompanhando temor do mercado em quebra na rede de fornecimento após lockdown na China.
Quem explica é Rafael Passos, economista da Ajax Capital. “Lá fora, petróleo volta a subir com a decisão da União Europeia de impor novas sanções às importações de carvão da Rússia. De pano de fundo, lockdown na China também afeta humor externo”, diz.
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Em relatório, a Mirae Asset diz que, com Shangai em lockdown, já existem vários navios na fila para desembarque/embarque no porto da cidade e isto “é um grande sinalizador de uma quebra na cadeia de suprimentos globais, pressionando inflação para cima e crescimento para baixo no mundo todo”.
Para Rachel Sá, chefe de economia da Rico, falar de inflação no país já substituiu há muito tempo a famosa “será que chove?” como quebra gelo no elevador.
“A corrosão do poder de compra do brasileiro em mais de 10% nos últimos 12 meses está sempre presente. Gastamos mais no supermercado, no aluguel, gasolina, roupas…”, diz.
A economista lembra que nesta semana lembra que amanhã conheceremos o IGP-DI (Indice Geral de Preços – Disponibilidade Interna), da Fundação Getúlio Vargas, e na sexta conheceremos o dado do IPCA, nosso principal índice de preços no país.
Segundo a XP, em relatório, os EUA iniciaram o processo de aperto monetário e sinalizaram aumentos mais agressivos nos juros à medida que a pressão inflacionária piora com a guerra na Ucrânia.
“Enquanto isso, o risco de recessão aumenta”, diz. A inflação corrente mais alta que o esperado e os impactos mais persistentes da guerra elevaram as projeções de inflação da XP.
“Mantemos a projeção de taxa de variação nula para o PIB de 2022, mas atribuímos viés de alta. Mantemos nossa projeção para o pico da Selic em 12,75%. Conforme o aperto monetário vai fazendo efeito, entendemos que o BCB encontrará espaço para iniciar um ciclo de redução de juros no primeiro trimestre de 2023”, completa.
Por volta das 16h40 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2023 tinha taxa de 12,715% de 12,620% % no ajuste anterior projetava taxa de 12,000%, de 11,825%, o DI para janeiro de 2025 ia a 11,335%, de 11,095% antes, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 11,085% de 10,855%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,6610 para venda.
Pedro de Carvalho / Agência CMA
Imagem: piqsels.com
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