O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, voltaram a pedir para a China pressionar a Rússia pelo fim do conflito na Ucrânia. As autoridades se encontraram numa cúpula virtual com o primeiro-ministro chinês Li Keqiang, pela manhã, e com o presidente chinês Xi Jinping à tarde.
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“A reputação da China está em jogo. Trata-se de confiança e decisões sobre investimentos de longo prazo. As trocas comerciais UE-China são de bilhões por dia”, disse von der Leyen numa coletiva de imprensa após o encontro. “Um prolongamento da guerra e mais perturbações na economia mundial não é do interesse de ninguém”, completou.
“A União Europeia e a China, concordamos que esta guerra está ameaçando a segurança global e a economia mundial”, disse Charles Michel.
A própria China tem preocupações de que os países europeus estejam tomando medidas mais duras à pedido dos Estados Unidos e pediu à União Europeia que “exclua a interferência externa” de suas relações com a China.
No dia 18 de março, o presidente Joe Biden teria descrito ao líder chinês Xi Jinping as consequências que os chineses enfrentariam caso apoiassem economicamente ou militarmente a Rússia, citando a questão de Taiwan, segundo a Casa Branca.
Uma semana depois, a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) seguiu a mesma linha dos Estados Unidos e instou a China e outros países a se absterem de apoiar a Rússia em “qualquer ação”, seja na operação militar na Ucrânia, seja com medidas que minimizem as sanções do Ocidente.
As relações entre União Europeia e China já estavam tensas antes mesmo da guerra da Ucrânia. O bloco europeu mudou em 2019 sua linguagem diplomática mais suave e passou a chamar a China de rival sistêmica, mas a vê como um parceiro em potencial no combate às mudanças climáticas e à pandemia.
Darlan Azevedo / Agência CMA
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