Os Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) serão o centro da nova ordem mundial após “operação militar especial” — que é como os russos chama a Guerra na Ucrânia — segundo o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergey Ryabkov.
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O político russo também disse que as pesadas sanções do ocidente farão com que Moscou busque oportunidades em outras regiões.
Ryabkov destacou: “A Rússia tem buscado estabelecer parceria com qualquer país decidido em cooperar com Moscou, depois da guerra híbrida imposta pelo ocidente”.
Além dos apelos por novas parcerias em meio à guerra e à crise, Ryabkov disse que as sanções ocidentais são “descabidas”, e que o desejo de atacar Moscou é anterior à invasão na Ucrânia. Para o diplomata, “o Ocidente odeia a Rússia”.
O vice-chanceler russo ressaltou, também, que a medida de Putin de vincular a compra de gás russo ao pagamento em rublos é necessária para “proteger os interesses russos”.
Por mais que o desejo da Rússia seja uma nova ordem com os Brics no centro, analisando as últimas duas décadas, essa possibilidade parece remota, principalmente para a Rússia.
Desde que o acrônimo “Brics” foi cunhado em 2001, apenas a Índia e a China consolidaram números melhores de participação na economia mundial do que apresentavam na época.
Os Brics são responsáveis por quase um terço do PIB global, mas apenas China e Índia cresceram em participação na economia mundial nos últimos 20 anos, carregando o grupo econômico.
A China compunha 7,7% da economia global em 2001, e hoje é um dos principais players no mercado internacional, sendo responsável por 18,7%. A Índia também teve um aumento na participação, mas de forma mais modesta, indo de 4,1% para 7%.
A Rússia, por sua vez, encontra-se no mesmo patamar de 2001, com previsão de retração econômica e inflação, até 25 de março, de 15,66%.
Nova Ordem Mundial
A guerra na Europa e o desencadear da pandemia de Covid-19 são o bastante para que as referências ao ano de 2022 ocupem algumas páginas nos livros de história no futuro próximo. Algumas linhas terão de ser dedicadas ao engatilhar de uma Nova Ordem Mundial financeira, pela China e pela Rússia.
Antes que isso vire história, é bom estar atento e se preparar para uma tremenda mudança no cenário econômico.
Com a alta histórica do petróleo, a China caminha para não mais pagar por ele em dólares. Querem negociar em yuan (a moeda local). Alvo das sanções econômicas do Ocidente desde que invadiu a Ucrânia, a Rússia seguiu pelo mesmo caminho. Querem receber e pagar em rublos e estudam até mesmo operar em bitcoin.
O estrategista do Credit Suisse Zoltan Pozsar, que já foi executivo do Fed (Federal Reserve, o banco central dos EUA) já afirmou que a crise das commodities desencadeada pela guerra e pela pandemia estava dando origem à Nova Ordem monetária Mundial, que vai enfraquecer o sistema baseado em dólar.
Saímos do “padrão ouro” para o “padrão dólar” e, agora, caminhamos para o “padrão commodity”.
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Imagem: Unsplash