O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou setembro em território positivo, marcando um ganho de 0,71%, resistindo à aversão global ao risco exacerbada pelas sinalizações ‘hawkish’ do Federal Reserve nos Estados Unidos, que geraram volatilidade nos mercados ao longo do mês.
Os investidores permanecem cautelosos diante do cenário global, com os juros nos EUA em níveis não vistos desde a crise de 2007. O dólar acima de R$ 5 e a pressão nos mercados de ações são reflexos diretos desse ambiente. Marco Prado, CIO da BullSide Capital, destaca a incerteza, observando que o mercado fechou a semana praticamente estagnada.
Ações em destaque e variações setoriais
Na última sessão de setembro, o Ibovespa assegurou o território positivo, impulsionado por ganhos em ações-chave. Vale liderou, com uma alta de 1,32%, enquanto Eletrobras ON e PNB também apresentaram desempenho positivo. Grupo Casas Bahia se destacou com uma recuperação de 6,78%, após perdas significativas nas sessões anteriores.
As ações da Petrobras contribuíram positivamente para o Ibovespa, com ganhos expressivos em setembro, impulsionadas pelos altos preços do petróleo, que operaram nos maiores níveis em mais de um ano. Este cenário proporcionou fôlego extra para o índice, mesmo diante das oscilações na semana.
Bolsas dos EUA com fecham mistas
Enquanto o Ibovespa encerrou o mês no verde, os principais índices de ações dos EUA tiveram desempenho misto, acumulando perdas, especialmente o índice de tecnologia. Os rendimentos dos Treasuries em patamares elevados influenciaram as quedas, sinalizando um cenário desafiador no curto prazo.
Cautela diante das projeções do Fed e fatores externos
As projeções do Federal Reserve indicam juros mais elevados até 2024, alimentando a cautela no mercado. Greves nas montadoras dos EUA e os preços do petróleo elevados adicionam incertezas sobre o futuro da inflação. A Toro Investimentos destaca a necessidade de cautela, apontando que o cenário ainda exige atenção.
Apesar das incertezas, o mercado financeiro mantém um otimismo cauteloso para o desempenho das ações no curto prazo. O Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira revela que 50% dos participantes esperam alta para o Ibovespa, enquanto 37,50% preveem estabilidade, e 12,50% antecipam queda.
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