O novo ministro da Economia do Japão, Yoshitaka Shindo, lançou um alerta sobre os riscos que os problemas no setor imobiliário da China podem representar para a economia japonesa e global. Em uma entrevista coletiva realizada hoje em Tóquio, Shindo destacou a relação estreita entre as duas nações e os possíveis desdobramentos dessa situação.
Com quase um quinto das exportações do Japão destinadas à China, qualquer turbulência econômica no gigante asiático poderia ter um impacto significativo no Japão. O ministro observou que, dadas as circunstâncias, “o impacto seria realmente grande”, considerando o papel central que a China desempenha na economia global.
Um dos pontos destacados por Shindo foi a queda no investimento estrangeiro na China, bem como os problemas enfrentados pelas empresas imobiliárias do país. Esses fatores têm contribuído para uma recuperação lenta da economia chinesa, que, por sua vez, afeta a demanda por produtos japoneses.
Falando sobre a situação econômica doméstica, Shindo mencionou que recentemente há “uma sensação de aquecimento” após um período prolongado de “baixa temperatura”. Isso é evidenciado pela inflação que supera a meta de 2% estabelecida pelo Banco do Japão, além do cálculo do governo de que a demanda geral da economia está superando a oferta. Isso marca uma inversão do problema crônico de demanda insuficiente enfrentado pelo Japão.
No entanto, o ministro enfatizou que é cedo demais para declarar que o problema da deflação, que persiste há muito tempo, desapareceu completamente. Ele ressaltou que os salários não estão acompanhando o aumento da inflação, especialmente nas empresas de menor porte.
Os investidores devem estar atentos a esses desenvolvimentos, uma vez que as relações econômicas entre o Japão e a China continuam a desempenhar um papel crucial nos mercados globais.
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