As ações das fornecedoras de vale-refeição Edenred e Pluxee registraram fortes quedas nesta quarta-feira (12) na bolsa de Paris, após o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assinar o decreto com novas regras para o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT).
A medida define tetos para as taxas cobradas de restaurantes e supermercados, visando aumentar a concorrência e reduzir custos para os trabalhadores.
Às 11h55, os papéis da Edenred recuavam cerca de 4,20%, aos 20,22 euros, atingindo o menor valor desde janeiro de 2017, enquanto a Pluxee despencava 8%, chegando ao seu nível mais baixo da história, a 14,22 euros, de acordo com dados da Reuters.
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Decreto fixa teto de taxas e amplia concorrência para empresas de vale-refeição
O novo decreto, que será publicado nesta quarta-feira (12) no Diário Oficial da União, estabelece limite de 3,6% para a taxa cobrada dos estabelecimentos (MDR) e 2% para a tarifa de intercâmbio.
O texto também reduz o prazo de repasse dos valores aos restaurantes e lanchonetes para até 15 dias corridos, em vez dos atuais 30 dias.
Em até 180 dias, os arranjos de pagamento com mais de 500 mil trabalhadores deverão ser abertos a novas credenciadoras, e em 360 dias entrará em vigor a interoperabilidade plena — ou seja, qualquer cartão poderá ser aceito em qualquer maquininha.
Segundo o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, o objetivo é corrigir distorções no setor, que hoje permite que intermediárias fiquem com parte dos recursos destinados à alimentação dos trabalhadores.
“O governo não pode aceitar lógica de tamanho do lucro em prejuízo dessa cadeia de empresas que acaba prejudicando o trabalhador na ponta”, afirmou.
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Empresas reagem e falam em impacto no lucro
Segundo a Reuters, a Edenred alertou que poderá revisar sua projeção de lucro para 2026 caso as mudanças entrem em vigor.
Já a Pluxee afirmou que o decreto “interfere nas relações comerciais privadas e restringe a capacidade dos emissores de inovar e competir”, acrescentando que avalia medidas legais contra a decisão, inclusive em conjunto com a Associação Brasileira das Empresas de Benefícios ao Trabalhador (ABBT).
A América Latina é uma região estratégica para ambas as companhias: 29,5% da receita total da Edenred e 38,4% da Pluxee vêm da região.









