A Vamos (VAMO3) reportou lucro líquido de R$ 50,4 milhões no terceiro trimestre de 2025, uma queda de 72,7% em relação ao mesmo período de 2024, segundo balanço divulgado nesta terça-feira (11).
Segundo a empresa, o resultado foi afetado por maiores custos e despesas com manutenção e preparação da frota, menor contribuição das divisões de vendas de ativos e indústria, além do impacto da alta da taxa básica de juros (Selic) — que eleva o custo de financiamento e reduz a rentabilidade.
Apesar da queda no lucro, a receita líquida da Vamos somou R$ 1,529 bilhão, um avanço de 25,2% na comparação anual. O resultado foi impulsionado pelo recorde de receita da unidade de locação, principal motor de crescimento da companhia, especializada em locação de caminhões, máquinas e equipamentos.
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O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) — indicador usado para medir a geração operacional de caixa — aumentou 3,7%, totalizando R$ 895 milhões no trimestre.
A alavancagem financeira, medida pela relação entre dívida líquida e Ebitda, encerrou o trimestre em 3,27 vezes, levemente abaixo das 3,32 vezes registradas um ano antes.
A Vamos destacou que a dívida líquida caiu pela primeira vez em oito trimestres, resultado de uma maior geração orgânica de caixa e da desaceleração nas compras de novos ativos — estratégia que consiste em estender contratos de locação sem a necessidade de adquirir novos veículos.
Com isso, a empresa afirmou ter alcançado o guidance (meta operacional) estabelecido para o ano em relação ao endividamento.
Citi vê resultado fraco da Vamos, mas dentro das expectativas
O Citi avaliou que a Vamos apresentou um resultado fraco, porém em linha com as expectativas no terceiro trimestre de 2025. O banco estimava lucro líquido de R$ 55 milhões, ante os R$ 51 milhões reportados, bem abaixo dos R$ 185 milhões de um ano antes.
A receita líquida de R$ 1,53 bilhão ficou exatamente em linha com a projeção do banco e acima do consenso de mercado, de R$ 1,50 bilhão. O analista Filipe Nielsen destacou que a companhia alcançou a maior taxa de utilização da frota desde 2024, ao reduzir a compra de novos ativos, o que preservou a geração de caixa e ajudou a diminuir a alavancagem.
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Mesmo com as fragilidades, o Citi apontou que os números caminham na direção correta, com melhora no uso da frota, menor investimento em novos caminhões e redução gradual da dívida.
O banco mantém recomendação neutra para as ações da Vamos, com preço-alvo de R$ 3,80 — potencial de valorização de 0,8%.









