Desde que o acrônimo “BRICS” foi cunhado em 2001, apenas a Índia e a China apresentaram números melhores de participação na economia mundial do que apresentavam na época. Carregada por essas duas economias, a participação dos BRICS mundialmente aumentou.
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O grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul foi criado pelo economista Jim O’Neil, do banco Goldman Sachs, em 2001. O acrônimo não contava com o país africano até o ano de 2009.
Em 2001, o grupo econômico era responsável por cerca 18,8% da economia mundial e hoje corresponde à 31,8%, segundo dados do FMI.
A economia dos países se comportou de forma diferente ao longo dos últimos 20 anos, com a China e a Índia se destacando entre os demais.
Os BRICS são responsáveis por quase um terço do PIB global, mas apenas China e Índia cresceram em participação na economia mundial nos últimos 20 anos, carregando o grupo econômico.
A China compunha 7,7% da economia global em 2001, e hoje é um dos principais players no mercado internacional, sendo responsável por 18,7%. A Índia também teve um aumento na participação, mas de forma mais modesta, indo de 4,1% para 7%.
Os demais países perceberam uma diminuição na sua participação na economia global desde então. O Brasil passou de ser responsável por 3,1% nos mercados internacionais para 2,4%, mesmo apresentando uma das maiores populações do mundo e mais recursos naturais.
A África do Sul, último país a entrar na sigla, apresentou as baixas mais modestas entre os países em queda na participação na economia global, indo de 0,8% para 0,6%, perdendo 0,1 ponto percentual em cada década.
A Rússia, por sua vez, é a que se encontra em uma situação mais delicada, devido à guerra. O país era responsável por 3,1% da economia quando a sigla foi feita, e dez anos depois encontrava-se participando em 3,4%, mas retornou ao patamar de 2001 nos dias de hoje.
O país deve sofrer mais que os demais nesses próximos anos, principalmente por conta das sanções feitas pelo ocidente em razão da guerra e dos possíveis rompimentos diplomáticos resultantes do conflito.
O banco JP Morgan estima que o PIB da Rússia pode ter uma contração de 8% em 2022.
Para Brasil e Rússia, O’Neil estimava um crescimento anual médio de 4% nos anos seguintes. Porém, os países sub-performaram entre os anos de 2002 a 2021, crescendo 2,2% e 3,1%, respectivamente.
A estimativa para a Índia era de 5%, mas o país cresceu acima do esperado, contabilizando um aumento de 6,6%. A China teve expansão anual de 8,7%, superando a expectativa de 7%, como mostra reportagem da Folha de S.Paulo.
A participação do Brasil deveria chegar a 3,2% do PIB mundial. Atualmente, está em 2,4%.
Em 2017, O’Neil afirmou que “Brasil e Rússia foram grandes decepções” e que o acrônimo deveria ser apenas IC (Índia e China).
Imagem: Wikimedia Commons