O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou dados da pesquisa Produção da Extração Vegetal e da Silvicultura (PEVS) 2022, revelando que a produção de madeira em tora extraída de matas e florestas nativas brasileiras sofreu uma queda de 17,4% em 2022. Isso marca uma reversão em relação ao crescimento de 31,8% registrado em 2021. No ano passado, foram retirados de áreas naturais, não de florestas plantadas para fins comerciais, um total de 12,4 milhões de metros cúbicos de madeira em tora.
Enquanto a média nacional apontou uma diminuição na produção, o estado do Pará, que lidera a extração do produto, registrou um impressionante aumento de mais de 20% na sua produção. Esses dados mostram uma tendência interessante para os investidores observarem.
Desdobramentos para investidores
Investidores no setor de madeira podem considerar a diversificação de seus portfólios para incluir empresas ligadas à extração de madeira no Pará, que demonstrou crescimento sólido na produção em 2022. Além disso, é importante monitorar se essa tendência se manterá ou se é uma anomalia em relação à média nacional.
O valor total da produção da madeira em tora extraída da vegetação nativa foi de R$ 2,755 bilhões em 2022, indicando uma queda de 5,7% em relação ao total arrecadado em 2021.
O IBGE observa que essa tendência indica uma gradual substituição da exploração extrativista de madeira por aquela originada em florestas cultivadas.
Em 2022, o Pará se destacou como o maior produtor nacional de madeira em tora, com um aumento de 22,7% em relação ao ano anterior, atingindo 4,7 milhões de metros cúbicos. O Mato Grosso ficou em segundo lugar, com 4,101 milhões de metros cúbicos. Pará e Mato Grosso concentraram 71,4% do total de madeira em tora retirada de matas nativas, somando 83,4% do valor de produção do produto. O Pará arrecadou R$ 1,530 bilhão, enquanto o Mato Grosso alcançou R$ 766,281 milhões.
Investidores que desejam explorar oportunidades no setor de madeira podem considerar a possibilidade de investir no Pará, que demonstrou um aumento notável na produção. Além disso, a concentração de produção em Pará e Mato Grosso pode indicar uma maior estabilidade na oferta desses produtos.
No cenário de carvão vegetal, o Pará também liderou a produção, com um crescimento de 88,2% na quantidade extraída, totalizando 139,4 mil toneladas. Esse dado é relevante para investidores que buscam oportunidades no setor de carvão vegetal.
Quanto à produção de lenha extraída da natureza, o Ceará se destacou como o maior produtor, com 3,2 milhões de metros cúbicos, registrando um aumento de 4,1% em relação a 2021.
Investidores interessados em carvão vegetal e lenha podem considerar explorar oportunidades no Pará e no Ceará, respectivamente, que lideraram a produção nesses segmentos em 2022.
Em relação aos produtos não madeireiros do extrativismo, o valor da produção cresceu 1,9% em 2022, atingindo R$ 2,3 bilhões. O grupo dos alimentícios, o maior entre os não-madeireiros da extração vegetal, apresentou um recuo de 4,2% na quantidade produzida, mas um aumento de 2,8% no valor da produção, totalizando R$ 1,9 bilhão. O açaí, com R$ 830,1 milhões, e a erva-mate, com R$ 648,5 milhões, foram os produtos que mais geraram valor de produção nessa categoria.
Imagem: Piqsels