A ata do último encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, divulgada nesta terça-feira (26), trouxe informações cruciais para investidores e analistas de mercado. Destacando as projeções para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), esta divulgação tem o potencial de impactar estratégias de investimento e decisões financeiras nos próximos anos.
A projeção para o IPCA em 2024, considerado o horizonte prioritário pelo Banco Central para o cumprimento da meta de inflação, está em 3,5% no cenário de referência. Esse valor representa um leve aumento em relação aos 3,4% estimados no encontro anterior do Copom, ocorrido em agosto. Além disso, ele permanece acima do centro da meta estabelecida em 3,0%.
Já para 2025, ano que tem peso minoritário nas decisões de política monetária, a projeção é de 3,1%. Embora este valor esteja ligeiramente acima do alvo central de 3,0%, também representa um aumento em relação à projeção de 3,0% feita em agosto.
Para o ano corrente, 2023, a expectativa do Banco Central no cenário de referência é de uma inflação de 5,0%. Esse valor é ligeiramente superior à projeção anterior do Copom, que era de 4,9%. Além disso, ele permanece acima do teto da meta de 4,75%, indicando o terceiro ano consecutivo de descumprimento do objetivo principal do BC.
Essas projeções já foram divulgadas no comunicado da semana passada, quando o Copom prosseguiu com o ciclo de corte da taxa Selic, reduzindo-a em 0,50 ponto percentual, de 13,25% para 12,75% ao ano.
É importante destacar que o cenário de referência considera a taxa de juros variando de acordo com a pesquisa Focus e o câmbio partindo de R$ 4,90, evoluindo conforme a Paridade do Poder de Compra (PPC). Além disso, assume-se que o preço do barril de petróleo seguirá aproximadamente a curva futura de mercado pelos próximos seis meses e aumentará em 2% ao ano em seguida. O Banco Central também leva em consideração a hipótese de bandeira tarifária “verde” na conta de luz para o final de 2023, 2024 e 2025.
No comunicado e na ata, o Copom sinalizou que planeja manter o mesmo ritmo de corte de juros nas próximas reuniões. Segundo o documento, “Em se confirmando o cenário esperado, os membros do Comitê, unanimemente, preveem redução de mesma magnitude nas próximas reuniões e avaliam que esse é o ritmo apropriado para manter a política monetária contracionista necessária para o processo desinflacionário.”
O colegiado também ressaltou que o total da queda da taxa Selic dependerá da “evolução da dinâmica inflacionária, em especial dos componentes mais sensíveis à política monetária e à atividade econômica, das expectativas de inflação, em particular as de maior prazo, de suas projeções de inflação, do hiato do produto e do balanço de riscos”.
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