A Bolsa fechou em queda em uma sessão de muita volatilidade com os reflexos da invasão na Ucrânia pela Rússia em meio ao embargo dos Estados Unidos ao petróleo russo e uma informação de que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, teria afirmado que não entraria mais na Otan-Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O principal índice da B3 caiu 0,34%, aos 111.203,45 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em abril subiu 0,42%, aos 112.325 pontos. Na mínima do interdiário, o índice atingiu 110.969,26 pontos. O giro financeiro foi de R$ 38,3 bilhões. Em Nova York, as bolsas fecharam em queda.
Para Alexsandro Nishimura, head de conteúdo e sócio da BRA, o Ibovespa operou entre os campos positivos e negativos refletindo os impactos do conflito no leste europeu e reações dos governos. “Se nos Estados Unidos a decisão foi de banir todas as importações de petróleo e gás natural da Rússia -facilitada apenas porque 8% do petróleo utilizado no país vem do governo russo-, por aqui seguiu a discussão sobre como o governo influenciará no preço dos combustíveis”.
No pregão de hoje, muitas ações que caíram no pregão de ontem se
recuperaram como os papéis ligados ao turismo, principalmente as companhias
aéreas. As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) avançaram 1,61% e 2,07% e da
Vale (VALE3) tombaram 4,38%.
Segundo Vicente Matheus Zuffo – fundador e CIO da Chess Capital, AFP teria
divulgado que Zelensky [presidente ucraniano] havia desistido da ideia de entrar
na Otan. “A notícia piscou como se fosse novidade, dando a entender que a
Ucrânia tinha aceitado as condições da Rússia para um cessar-fogo. O mercado
melhorou rapidamente e depois viu que não era isso e acomodou”.
Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, disse que o mercado
está volátil e “antes de tomar uma direção mais definida, vai esperar o
anúncio do Biden [Joe Biden, presidente dos Estados Unidos] sobre o embargo ao
petróleo russo.”
Komura acredita que a suspensão na importação do petróleo deva acontecer
porque o Biden já negocia com a Venezuela para o fornecimento da commodity,
que tem o mesmo petróleo pesado que a Rússia. “Seria bom se a Europa
acompanhasse os Estados Unidos na decisão, mas é difícil devido à alta
dependência e não existe um substituto de curto prazo”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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