Os juros futuros encerraram o dia em alta firme, com movimentos desde a abertura, impulsionados pelas informações divulgadas pelo Federal Reserve (Fed) e pelo Comitê de Política Monetária (Copom).
A mensagem do Copom teve como objetivo desacelerar as apostas de uma queda mais acentuada na taxa Selic. Por outro lado, o Fed dos Estados Unidos sinalizou a manutenção de juros elevados por um período prolongado e a possibilidade de novos aumentos ainda este ano.
Curva de juros e leilão de prefixados
A curva de juros apresentou um aumento na ponta curta, que foi influenciado principalmente pelo cenário internacional, marcado pelo crescimento dos rendimentos dos Treasuries e do dólar. Nesse contexto de cautela, o Tesouro Nacional optou por trazer lotes menores no leilão de títulos prefixados.
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,56%, enquanto o DI para janeiro de 2027 atingiu 10,55%, e a taxa do DI para janeiro de 2029 ultrapassou 11%, marcando 11,10%.
Copom e expectativas
O Copom já tinha precificado uma redução da Selic para 12,75%, mas o mercado esperava por cortes mais profundos, especialmente se a melhora na inflação subjacente se consolidasse e a atividade econômica respondesse ao aperto monetário. No entanto, os diretores do Copom destacaram a resiliência da atividade econômica e o cenário externo incerto, o que gerou um impacto nas expectativas.
Taxas longas e gestão da dívida
As taxas de juros de longo prazo, que deveriam ceder com a postura mais “hawkish” do Copom, avançaram mais de 15 pontos-base, refletindo a tendência dos juros nos Estados Unidos. No final do dia, o yield da T-Note de dez anos atingiu 4,48%, no nível mais alto desde 2007.
Imagem: Piqsels