Os juros futuros encerraram a segunda-feira (18) com pouca variação, após um dia de flutuações causadas por forças opostas, mantendo-se próximos aos ajustes de sexta-feira. O mercado financeiro foi influenciado por diversos fatores, incluindo a valorização do câmbio e a leve melhora nas expectativas de IPCA, conforme o Boletim Focus, de um lado, e o aumento do preço do petróleo e a volatilidade dos Treasuries, de outro.
No cenário internacional, a atenção estava voltada para as decisões de política monetária do Copom e do Federal Reserve, agendadas para quarta-feira, o que limitou a formação de posições sólidas.
Taxas de juros futuros mantêm estabilidade
A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,455%, em leve alta em relação ao ajuste anterior de 10,419%. Já a taxa do DI para janeiro de 2026 encerrou o dia em 10,11%, ligeiramente acima dos 10,06% do último ajuste. A taxa do DI para janeiro de 2027 subiu de 10,31% para 10,36% (máxima do dia), e a do DI para janeiro de 2029 aumentou de 10,88% para 10,91%. O DI para janeiro de 2031 projetou uma taxa de 11,22%, comparado a 11,20% no último ajuste.
Dia de cautela nos mercados
A segunda-feira não trouxe um fator determinante para os negócios, refletindo a cautela dos investidores à espera das decisões dos bancos centrais. O volume de contratos negociados ficou abaixo da média usual. A taxa de câmbio, mantendo-se em R$ 4,85, é vista como positiva para o cenário inflacionário, mas os preços do petróleo continuam a subir, mantendo o risco de novos aumentos nos combustíveis.
Treasuries e expectativas para o Fed
No cenário internacional, os Treasuries tiveram comportamento variado nos vencimentos de longo prazo, refletindo a expectativa em relação ao Federal Reserve. Os rendimentos dos títulos de curto prazo permaneceram elevados, com o retorno da T-Note de 5 anos ultrapassando os 5%. Isso ocorre devido à percepção de que, mesmo que o ciclo de aumento de juros nos Estados Unidos tenha terminado, as taxas de juros permanecerão altas por um longo período.
Expectativas para as decisões dos Bancos Centrais
No cenário doméstico, o mercado está relativamente tranquilo em relação ao Copom, mas apreensivo em relação ao Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Para ambos, a expectativa é de uma redução de 50 pontos-base nas taxas de juros. No entanto, a atenção está voltada para as indicações futuras, especialmente os “dot plots” do Fed. Após as reuniões, o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, dará uma entrevista coletiva.
Perspectivas para o Copom
No caso do Copom, a perspectiva é de que o colegiado enfatize a manutenção da atual dose de corte, evitando qualquer sinalização de redução mais agressiva de 75 pontos-base na próxima reunião.
Boas notícias no Boletim Focus
As estimativas de inflação no Boletim Focus de hoje mostraram uma leve queda, embora ainda distantes das metas. Para 2023, a mediana do IPCA caiu de 4,93% para 4,86%, e para 2024, de 3,89% para 3,86%. Além disso, as projeções para o PIB foram revisadas positivamente, com expectativa de crescimento de 2,89% em 2023 e 1,50% em 2024.
Imagem: Piqsels