Investidores de todo o mundo estão atentos à “super-quarta”, que promete ser um dia crucial para os mercados financeiros globais. É o que mostra o gestor de fundos Thiago Raymon.
Na série “Perspectivas Econômicas da Semana” do canal Monitor do Mercado, o gestor de fundos de investimento da Titan Capital, traz os principais pontos que os investidores devem ficar de olho para não serem pegos de surpresa.
Na última semana, encerramos com um aumento de quase 3% no Ibovespa, apesar da volatilidade. O dólar teve uma queda de 2,44%, e o IFIX registrou uma ligeira queda de 0,19%. O mercado de ações, representado pelo S&P 500, também teve um desempenho próximo à estabilidade.
Início positivo na semana
A semana começou com o Ibovespa subindo 0,08%, alcançando a marca dos 120 mil pontos. O dólar comercial teve uma leve queda de 0,11%, chegando perto dos R$ 4,86. A semana será marcada pela tão esperada “super quarta”, quando serão anunciadas importantes decisões de política monetária.
Decisões de política monetária
Tanto nos Estados Unidos quanto em muitos outros lugares do mundo, as decisões de política monetária serão o centro das atenções.
No Brasil, a agenda inclui a divulgação do IBC-BR, que é considerado uma prévia do PIB. Na esfera política nacional, o presidente da Câmara, Arthur Lira, expressou a intenção de concluir a votação da PEC da reforma tributária ainda em outubro. Além disso, a aprovação do projeto de lei de tributação das offshores está em pauta, podendo sofrer alterações governamentais antes da aprovação.
Cenário internacional
No cenário internacional, os índices futuros dos Estados Unidos começaram positivos, com o Dow Jones subindo 0,03% e o Nasdaq Futures com um ganho de 0,06%. As empresas de tecnologia, listadas nos futuros da Nasdaq, estão sujeitas a maior volatilidade devido às decisões sobre taxas de juros esperadas para esta semana na Europa.
Decisões europeias e indicadores econômicos
Na semana passada, o Banco Central Europeu aumentou a taxa de juros em 25 pontos básicos, marcando o décimo aumento consecutivo, atingindo o patamar histórico de 4%. Os investidores também estarão atentos à divulgação dos pedidos de seguro-desemprego e à venda de casas usadas na Europa, bem como à inflação ao consumidor, esperada com alta de 0,3%.
A importância da “super quarta”
O grande destaque da semana é a “super quarta”, que trará as decisões sobre a taxa Selic no Brasil e a taxa de juros nos Estados Unidos. A principal aposta é que ambas permaneçam inalteradas, com cerca de 99% de consenso para a manutenção em 5,25% no Brasil e 5,50% nos EUA.
Variação das taxas de juros
Para o final do ano, a aposta majoritária é de que as taxas permaneçam estáveis, mas ainda existe uma chance relevante de aumento. As notícias sobre inflação serão fundamentais, pois aumentos nas taxas de juros tendem a impactar negativamente a renda variável.
Perspectiva de queda da Selic
No Brasil, a perspectiva já precificada no mercado é de uma queda de 0,5% na Selic, o que representa um corte considerável. As projeções apontam para uma Selic de 12,75%, o que implica em mais um corte de 0,5%. Vale destacar que essas previsões não coincidem com o relatório Focus, que aponta para uma taxa de 11,5%.
Outros destaques da semana
Além das taxas de juros, os investidores estarão de olho no aumento do PIB e na variação do IPCA. A “super quarta” promete trazer reviravoltas nos preços dos ativos financeiros, e o mercado estará atento a todas as possibilidades.
Imagem: Canva