As instituições financeiras ouvidas pelo Banco Central (BC) no Boletim Focus ajustaram hoje (18), suas previsões econômicas para 2023 e 2024.
Pela quarta semana consecutiva, as projeções apontaram crescimento no mercado financeiro, com a estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2023 sendo revisada para cima, atingindo 2,89%.
A perspectiva positiva é baseada nos recentes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que superaram as expectativas, incluindo um aumento de 0,9% na economia no segundo trimestre em comparação com o primeiro trimestre de 2023.
Veja as perspectivas econômicas para a semana, com Thiago Raymon, gestor da Titan Capital, em seu podcast no Monitor do Mercado:
PIB
As instituições financeiras projetam um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 2,89% para 2023, ante 2,64% da estimativa anterior.
Para o ano seguinte, 2024, a projeção subiu para 1,50%, comparada aos 1,47% anteriores.
Os anos seguintes, 2025 e 2026, indicam uma tendência de expansão econômica de 1,95% e 2%, respectivamente.
O Banco Central, por sua vez, estima um crescimento de 2% para a economia brasileira em 2023, conforme o Relatório Trimestral de Inflação (RTI) de junho.
Inflação
Para o ano de 2023, a previsão para a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) foi revisada para baixo, passando de 4,93% para 4,86%. Apesar de estar acima do centro da meta de inflação para 2023, definida em 3,25%, o Banco Central (BC) alerta que há uma probabilidade de 61% de que a inflação supere o teto da meta.
Já a previsão de inflação nos preços administrados, controlados por contratos ou pelo governo, subiu para 10,20%, ante os anteriores 10,10%.
A projeção para a inflação medida pelo Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) também se modificou, indo de -3,54% para -3,75%.
No cenário de 2024:
- A previsão para a inflação medida pelo IPCA caiu para 3,86%, com a meta mantida em 3%;
- Os preços administrados devem registrar uma inflação de 4,27%;
- E o IGP-M é estimado em 3,99%.
Taxa de Câmbio
As expectativas para a taxa de câmbio também sofreram alterações. Para 2023, a previsão é de que o dólar fique em R$ 4,95, abaixo dos R$ 5 estimados anteriormente.
Em 2024, a estimativa é de R$ 5 por dólar, reduzida em relação aos antigos R$ 5,02.
Balança comercial e contas externas
Em relação à balança comercial – saldo entre as exportações e importações de bens -, as instituições financeiras agora preveem um superávit de US$ 70,40 bilhões para 2023, frente aos US$ 70,10 bilhões da semana passada.
Entretanto, as contas externas tiveram previsão de um déficit de US$ 43,40 bilhões em conta-corrente, superior ao saldo negativo de US$ 42,80 bilhões da semana anterior. A estimativa para o investimento direto em 2023 permanece em US$ 80,00 bilhões.
Para 2024, as instituições mantêm a previsão de:
- Superávit comercial em US$ 60 bilhões;
- Déficit em conta-corrente estimado em US$ 50,00 bilhões;
- E investimento direto que permanece em US$ 80,00 bilhões.
Déficit primário
No campo fiscal, as instituições financeiras não alteraram a previsão de déficit primário em 2023, mantendo-o em 1% do PIB. Esse resultado representa a diferença entre a receita e a despesa pública, excluindo os gastos com juros da dívida governamental.
Já a previsão para o resultado nominal, que engloba todas as receitas e despesas governamentais, incluindo as relacionadas à dívida pública, permaneceu em déficit de 7,40% do PIB. A estimativa para a dívida líquida do setor público em 2023 aumentou ligeiramente, atingindo 60,50% do PIB.
Para 2024, a previsão de déficit primário subiu para 0,73% do PIB, em comparação com os 0,71% da semana passada. O resultado nominal é estimado em déficit de 6,57% do PIB, com uma ligeira redução na estimativa da dívida líquida, que deve ficar em 63,80% do PIB.
O que é Relatório Focus?
O Relatório Focus resume as expectativas de mercado coletadas até a sexta-feira anterior à sua divulgação. Ele é divulgado toda segunda-feira.
O relatório traz a evolução gráfica e o comportamento semanal das projeções para índices de preços, atividade econômica, câmbio, taxa Selic, entre outros indicadores.
Apesar de ser divulgado pelo Banco Central (BC), as projeções são do mercado e não do BC.
Imagem: Piqsels