Os juros futuros encerraram o dia próximo à estabilidade após uma manhã marcada pela volatilidade no mercado financeiro. Na análise geral, esta quinta-feira (14) apresentou uma série de fatores que poderiam influenciar as taxas tanto para cima quanto para baixo. Esse equilíbrio de forças acabou limitando as oscilações. Além disso, a proximidade das reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária) e do Federal Reserve dos Estados Unidos levou os investidores a adotarem posições mais cautelosas antes das decisões.
- O contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou com taxa de 10,390%, subindo em relação aos 10,367% do dia anterior.
- O DI para janeiro de 2026 encerrou com taxa de 10,01%, um leve aumento em comparação aos 9,99% do dia anterior.
- O DI para janeiro de 2027 terminou com uma taxa de 10,24%, ligeiramente acima dos 10,23% do ajuste anterior.
- O DI para janeiro de 2029 manteve-se estável em 10,79%.
- O DI para janeiro de 2031 também permaneceu inalterado, com uma taxa de 11,11%, igual à do ajuste anterior.
As taxas apresentaram movimentações principalmente durante a manhã, quando a agenda econômica estava mais movimentada. Destaca-se a decisão surpreendente do Banco Central Europeu (BCE) de pausar o ciclo de aperto monetário após um aumento de 25 pontos-base nas taxas e os índices de inflação e atividade nos Estados Unidos, que superaram as expectativas. Esses dados aumentaram a pressão sobre os Treasuries, com uma inclinação da curva de juros. A taxa da T-note de 2 anos voltou a testar a marca de 5%, enquanto a de dez anos atingiu uma máxima de 4,30%.
No entanto, a influência desses fatores sobre os DIs foi neutralizada pela queda do dólar. Essa queda foi atribuída ao avanço nas commodities, em resposta ao anúncio da China de redução na taxa do compulsório, uma medida de relaxamento monetário. Por outro lado, a alta de 2% no preço do petróleo, com o WTI alcançando os US$ 90, manteve as preocupações em relação a possíveis reajustes nos preços dos combustíveis. O dólar encerrou o dia abaixo de R$ 4,90, atingindo R$ 4,8727, sendo a moeda brasileira, o real, o destaque do dia.
Incertezas no cenário
As taxas de juros de longo prazo permaneceram próximas aos níveis anteriores devido às incertezas no cenário internacional. Mesmo a aprovação, ontem, pela Câmara dos Deputados, do projeto de lei que regulamenta a tributação das apostas esportivas e jogos online, como cassinos virtuais, não conseguiu animar o mercado. Os investidores continuam céticos em relação à capacidade do governo de gerar receitas para eliminar o déficit primário até 2024. O governo estima arrecadar cerca de R$ 700 milhões com a regulamentação, mas estimativas internas sugerem que esse valor pode chegar a R$ 12 bilhões em um mercado totalmente regulamentado.
Imagem: Piqsels