Na iminência de ser discutida e votada no Senado, a Reforma Tributária deve beneficiar alguns setores específicos da economia, uma vez que diversos impostos serão consolidados no IVA (Imposto sobre Valor Agregado) e no IS (Imposto federal Selecionado).
Segundo o Itaú BBA, setores como Siderurgia e Mineração, Celulose e Papel, Alimentos e Bebidas, Bens de capital e exportadores que possuem sua produção no Brasil devem ser beneficiados com a aprovação do projeto.
Enquanto setores como Varejo e Tecnologia devem ser impactados de forma negativa, já que dependem de incentivos fiscais, os quais vão acabar e provavelmente não serão renovados.
Como a Reforma Tributária afetará seus investimentos
A Reforma Tributária, trouxe consigo uma série de questionamentos sobre o futuro financeiro do país, para isso o Monitor do Mercado fará um evento para sanar todas as dúvidas sobre o assunto, em São Paulo, nesta quarta-feira (13).
O evento contará com a presença de Fernando Facury Scaff, professor de Direito Financeiro na Universidade de São Paulo (USP), Francisco Jovetta Neto, sócio da Wise Investimentos, e Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor do Mercado.
O evento será nesta quarta-feira, 13 de setembro, às 19h, na Vila Olímpia, em São Paulo. Clique aqui para se inscrever.
O que significa IVA e IS?
Impostos como PIS, CONFINS, IPI, ICMS e ISS serão consolidados no IVA (Imposto sobre Valor Agregado), e no IS (Imposto federal Selecionado).
“Todas as atividades econômicas envolvendo bens e serviços, incluindo importações e a economia digital, estarão sujeitas ao IVA dual. As exportações não serão taxadas, mas as importações serão. As mudanças no sistema tributário, em princípio, não terão impacto na quantidade de impostos arrecadados”, explica o BBA.
Setores Beneficiados
No atual momento, a reforma garante a redução do valor total do IVA sobre produtos e serviços adquiridos, também não terá taxação sobre exportações. Logo, quem produz em território nacional visando o comércio internacional, será o primeiro a ser beneficiado.
O BBA ainda destaca que o projeto deve incentivar os investimentos no país, já que as empresas terão a possibilidade de deduzir o IVA sobre os valores aplicados. Ou seja, o imposto substituirá benefícios fiscais que estão em vigência.
Segundo o relatório do Itaú BBA, dentre as empresas que estão em sua cobertura, a que será a maior beneficiada com as alterações será a Weg (WEGE3), já que 46% de suas receitas são provenientes de exportações ou unidades externas.
O setor de Bens de Capital é outro destacado pelo banco, visto que a venda para o mercado atacadista permite o abatimento do IVA, ou seja, não estaria sujeita a nenhum imposto sobre vendas.
Impactos Negativos
“[…] A reforma pode ter um impacto negativo nas empresas de serviços em termos relativos, uma vez que os custos com pessoal representam uma parcela maior do custo total. Muitos segmentos do setor de serviços estão pressionando o congresso para reduzir as despesas trabalhistas a fim de compensar o aumento da tributação resultante da reforma tributária sobre vendas”, explica o BBA.
Visto que os estados e municípios não poderão mais conceder incentivos fiscais, setores como Consumo & Varejo serão os mais prejudicados. O prazo de finalização do ICMS, um dos principais para a categoria, é para 2032.
Entretanto, existe a expectativa de que o aumento de impostos e a potencial redução pela falta dos benefícios fiscais, seja repassa ao consumidor.
“Esperamos que o aumento/redução potencial de impostos seja totalmente repassado para os preços, uma vez que se trata de um negócio de baixa margem. Apesar disso, como seus consumidores provavelmente são sensíveis aos preços, pode haver espaço para uma troca para produtos mais baratos e/ou uma redução no volume, o que poderia ser negativo para as empresas”, aponta o documento.
Imagem: Edilson Rodrigues/Agência Senado