Os juros futuros tiveram uma sessão de baixa moderada hoje (8), refletindo ajustes técnicos após o feriado da Independência. O mercado estava atento à possibilidade de eventos negativos no exterior durante o feriado, o que levou alguns investidores a desfazerem parte das posições de proteção. No entanto, o movimento foi suave, considerando o balanço da semana, que foi marcada por um aumento da inclinação da curva de juros devido à piora na percepção de risco fiscal.
Liquidez baixa e taxas em queda
A liquidez foi baixa na sessão de hoje. A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,54%, enquanto a do DI para janeiro de 2026 caiu para 10,21%. O DI para janeiro de 2027 projetava uma taxa de 10,45%, e a do DI para janeiro de 2029 ficou em 10,96%. O DI para janeiro de 2031 encerrou com uma taxa de 11,24%. Todas essas taxas apresentaram recuo em relação aos valores anteriores.
Comportamento dos contratos
O recuo das taxas foi discreto, com maior impacto nos contratos mais próximos. A ponta longa apresentou uma queda marginal nos vencimentos mais líquidos, influenciada pelo avanço da T-Note de dez anos nos Estados Unidos e pela pressão sobre o real. Além disso, as preocupações com o cenário fiscal continuam presentes.
Cenário internacional e inflação
No cenário internacional, o risco de recessão nos Estados Unidos devido à postura rígida do Federal Reserve no combate à inflação e as incertezas em relação à economia chinesa se somam ao aumento dos preços do petróleo. O barril de Brent, referência para a Petrobras, ultrapassou US$ 90, atingindo sua maior cotação desde novembro.
Impactos internos
Esse aumento nos preços do petróleo acende um alerta para os preços internos dos combustíveis e, consequentemente, para a inflação. Além disso, as distribuidoras estão preparando aumentos nos preços do gás de cozinha devido a questões trabalhistas, e há preocupações sobre os impactos dos estragos causados pelo ciclone no Rio Grande do Sul nos preços dos alimentos.
Perspectivas para a taxa Selic
O cenário inflacionário de curto prazo mais negativo reduz as chances de um aumento de 75 pontos-base na taxa Selic nas próximas reuniões do Copom. No entanto, ainda não se espera uma redução para 25 pontos-base. Os preços do petróleo e a volatilidade cambial são fatores que influenciam essa decisão.
Imagem: Piqsels