Em pouco mais de um mês e meio o Programa Desenrola Brasil já negociou mais de R$ 11,7 bilhões pela Faixa 2 (quem tem renda mensal de dois salários mínimos até R$ 2000), ao todo, 6 milhões de pessoas já limparam seus nomes através do programa.
Os dados foram divulgados na última 5ª feira, pela Federação Brasileira de Bancos (Febraban).
Na primeira fase do projeto, ele abrange dívidas bancárias, como as de cartão de crédito e cheque especial, e as negociações são feitas diretamente com as instituições financeiras.
“Os bancos estão totalmente envolvidos e dando sua contribuição para que o Desenrola reduza o número de consumidores negativados e ajude milhões de cidadãos a diminuírem seu endividamento”, disse o presidente da Febraban, Isaac Sidney.
Próxima fase
Neste mês de setembro, o Desenrola abrirá as portas para quem está dentro da Faixa 1, aquelas que recebem até dois salários mínimos (R$ 2.640) ou estejam matriculadas no Cadastro Único (CadÚnico) e tem dívidas que, somadas, chegam em R$ 5 mil.
Os valores das negociações poderão ser parcelados em até 60 vezes, enquanto os juros do financiamento serão de 1,99% ao mês. A maioria dos débitos vão ser negociados em uma plataforma online, ainda em desenvolvimento.
Os pagamentos serão feitos por débito em conta, PIX, ou boleto bancário.
Agora, poderão ser renegociadas dívidas bancárias e não-bancárias, como luz, água, gás e pendências com varejistas.
Maior população devedora em 13 anos
Apesar da iniciativa do governo para diminuir as dívidas da população, nunca tantos brasileiros se viram sem condições de pagar seus débitos em atraso, é o que mostra a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC).
Segundo a Confederação, desde que o levantamento começou a ser feito, em meados de 2010, o índice está em seu maior patamar: 12,2%.
Na contramão do cenário, a ICF (Intenção de Gastos da Família), atingiu seu maior patamar dos últimos 8 anos, alcançando 101,1 pontos.
De julho para agosto o indicador subiu 1,4%, tendo avanço em seis componentes: emprego atual (1,1%), renda atual (1%), nível de consumo atual (1,8%), perspectiva de consumo (0,7%), acesso ao crédito (2,2%) e momento para aquisição de bens duráveis (3,4%).
Apenas um componente apresentou recuo, o de perspectiva profissional (-0,2%).
Esse foi o tema do último Podcast, Ligando os Pontos, do Monitor do Mercado no YouTube, com Marcos de Vasconcellos, CEO do Monitor.
Imagem: José Cruz/Agência Brasil