Os juros futuros apresentaram alta nesta terça-feira (5), seguindo a tendência das paridades nos Estados Unidos e Europa. A curva de juros no mercado brasileiro acompanhou o ganho de inclinação observado nos mercados internacionais, impulsionado pelo avanço da ponta longa.
Esse movimento foi desencadeado por dados econômicos fracos, tanto na atividade quanto na inflação, na China e na Europa, aumentando os temores sobre uma possível recessão global. Essa conjuntura também impactou as taxas de câmbio, com o dólar ganhando força em relação a outras moedas, influenciando as taxas locais.
- O Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2025 fechou em 10,61%, um leve aumento em relação aos 10,59% do dia anterior;
- O DI para janeiro de 2026 subiu de 10,20% para 10,27%;
- DI para janeiro de 2027 teve uma taxa de 10,47%, em comparação aos 10,37% anteriores;
- DI para janeiro de 2029 avançou para 10,96%, saindo de 10,82%;
- DI para janeiro de 2031 encerrou a 11,24%, ante os 11,04% anteriores.
Taxas de juros futuros em alta
Internamente, o único destaque foi a produção industrial de julho, que ficou abaixo das expectativas, registrando uma queda de 0,6%, comparada a julho anterior. No entanto, esse dado não possui potencial suficiente para alterar significativamente os preços ou as apostas em relação à taxa Selic.
Fatores internacionais preocupantes
A tensão nos mercados globais foi desencadeada pela queda dos PMIs de serviços na China e na zona do euro, indicando desafios econômicos nessas regiões. Além disso, a deflação dos preços ao produtor na zona do euro, que chegou a -0,5% em julho, também despertou preocupações sobre a saúde econômica da região.
Pressão dos preços do petróleo
O estresse na curva de juros americana decorre do receio de que o Fed, mesmo encerrando o ciclo de altas em setembro, possa ser obrigado a manter as taxas de juros elevadas por mais tempo, especialmente sob a pressão dos preços do petróleo. O petróleo WTI e o Brent encerraram o dia em seus níveis mais altos em quase 11 meses, com o último ultrapassando a marca de US$ 90 por barril.
Produção industrial brasileira em queda
Mesmo com a queda na produção industrial de julho, que foi maior do que o esperado, as taxas de juros futuros não diminuíram sua pressão, uma vez que esse dado foi interpretado como um sinal claro de desaceleração da atividade econômica.
Imagem: Piqsels