A Petrobras anunciou o encerramento de seu plano de desinvestimento de ativos no segmento de Exploração e Produção (E&P) e está considerando a recompra da Refinaria Landulpho Alves (RLAM). No entanto, analistas do Citi alertam que essas movimentações podem ter um impacto negativo na tese de investimento da empresa, sugerindo que a concentração nos ativos do pré-sal em águas profundas é mais vantajosa em termos de retornos financeiros.
Possíveis Desdobramentos para Investidores
Segundo o Citi, um dos principais riscos para os investidores da Petrobras está relacionado ao plano de investimento da empresa e ao retorno dos novos investimentos. Os analistas Gabriel Barra, Joaquim Alves Atie e Andrés Cardona, que mantêm uma recomendação neutra para a empresa, estabeleceram um preço-alvo de US$ 14 por American Depositary Receipt (ADR), indicando um potencial de desvalorização de 3,4% em relação ao fechamento de segunda-feira, 4 de setembro.
Segmento de E&P e G&P
No segmento de E&P, a Petrobras concluiu o processo de desinvestimento de ativos como o Urucu Cluster, Bahia Terra Cluster, Manati Field e Petrobras Operaciones (Subsidiária Petrobrás Argentina). Já no segmento de Gás e Petróleo (G&P), a companhia anunciou a continuidade do desinvestimento de 20% na Brasympe, detentora da UTE, 20% na UTE Suape I e 18,8% na UEG Araucária. A empresa afirmou que seus outros ativos serão periodicamente revisados com base em critérios como rentabilidade, alinhamento com a estratégia da empresa, oportunidades de descarbonização e estágio de vida produtiva. O objetivo é maximizar o valor do portfólio, focando em ativos lucrativos, reabastecimento de reservas de petróleo e gás, exploração de novas fronteiras, aumento do fornecimento de gás natural e descarbonização das operações.
Recompra da RLAM
O banco também destacou que o Ministro de Minas e Energia do Brasil, Alexandre Silveira, apoia a avaliação da Petrobras para uma possível recompra da refinaria RLAM. Esta refinaria foi vendida em 23 de março por US$ 1,65 bilhão para a Acelen, uma empresa investida pela Mubadala. A Petrobras também firmou um acordo com a MIC Capital Partners, um Fundo de Investimento de Capital do Grupo Mubadala Capital, para desenvolver estudos no segmento downstream, com foco na participação da estatal em um projeto de biorefino. O projeto, com custo estimado de R$ 12 bilhões, visa produzir diesel renovável e combustível de jato sustentável a partir da infraestrutura da RLAM, utilizando óleo de soja e óleo de macaúba, com capacidade de produção de 20 mil barris de petróleo por dia.
Imagem: Fernando FrazãoAgência Brasil