O dólar comercial fechou em R$ 6,6770, com alta de 0,31%. A valorização da moeda norte-americana é reflexo do índice dos gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês), que foi de 58,7 em outubro para 58 pontos no mês posterior. O resultado, contudo, sugere aquecimento econômico.
Segundo o chefe da mesa de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem, “o câmbio pegou pressão pela PMI, mas o movimento às sextas-feiras costuma ter menos volatilidade pela proximidade com o final de semana”.
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Nagem também acredita que hoje o dólar não sofre influência dos temas domésticos: “Os precatórios deram uma animada no mercado, a questão interna hoje não preocupa”, pontua.
O payroll (folha de pagamentos), referente a novembro, anunciou a criação de 210 mil vagas (expectativa de 538 mil vagas), queda da taxa de desemprego para 4,2% (expectativa de 4,5%) e elevação da média salarial por hora em 0,3%, indo para US$ 31,03.
Para o economista-chefe do Banco Alfa, Luis Otavio Leal, “do conjunto de dados, o mais relevante foi o de salários, que com alta da inflação nos Estados Unidos diminui o poder de compra”.
Leal acredita que mesmo com o número de postos criados ter sido abaixo das expectativas, existe um ponto a ser observado: “A taxa de desemprego, antes da pandemia, estava em 3,5%, e os resultados de hoje apontam que os Estados Unidos estão muitos próximos a isso, ao pleno emprego”, analisa.
Quanto à reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), que ocorre no próximo dia 15, Leal não acredita que os resultados de hoje serão significativos: “Não serão os dados do payroll que farão o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) mudar sua política”, destaca.
De acordo com boletim da Ajax Capital, “as atenções se voltam aos dados de payroll. Por aqui, incertezas com relação a proposta de fatiamento de Arthur Lira (DEM-MG), pode pressionar ativos de risco, após pregão de forte alta na última sessão”.
“Existe expectativa de continuidade da recuperação do mercado de trabalho, com maior volume de contratações, menor da taxa de desemprego e crescimento dos salários por hora trabalhada”, analisa a Ajax.
O dólar fechou em alta de 0,42% a R$ 5,6823, em dia de forte volatilidade, em que oscilou entre R$ 5,6020 e R$ 5,6855. Apesar da baixa criação de vagas nos EUA em outubro (210 mil vs 550 mil estimados), o dado não foi suficiente para conter a expectativa do FED acelerar o ritmo de retirada de estímulos monetários, e aumentar os juros mais fortemente para combater a inflação (cada vez menos transitória) na maior economia do mundo, segundo Rafael Becker, da Boreal.
Paulo Holland / Agência CMA
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