O Ibovespa, principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo (B3), encerrou o dia 31 de agosto em baixa de 1,53%, atingindo a marca de 115.741,81 pontos. Esse resultado marca um mês marcado por preocupações com a desaceleração da economia chinesa e a incerteza em relação à política de juros nos Estados Unidos.
A B3, fortemente exposta ao mercado de commodities, foi diretamente afetada pelos temores em relação à China. Além disso, as incertezas sobre os rumos dos juros nos EUA também pesaram no ânimo dos investidores, que buscam entender se os juros subirão ainda mais ou se manterão estáveis.
Oscilações nas últimas sessões
Nas últimas oito sessões, a partir do dia 22, o Ibovespa tem apresentado uma sequência de ganhos e perdas, alternando avanços e recuos em padrões simétricos. O fechamento de agosto culminou em uma perda acumulada de 5,09%, representando o primeiro resultado negativo mensal desde março, quando a queda foi de 2,91%. Essa oscilação tumultuada se insere em um contexto histórico peculiar, com o Ibovespa acumulando um ganho de 5,47% no ano até o momento.
Cautela doméstica
A performance do Ibovespa, que encerrou agosto abaixo dos 116 mil pontos, contrasta com o fechamento de julho, quando o índice estava próximo dos 122 mil pontos. Durante o mês, as ações da B3 tiveram dificuldades para se manter em território positivo, com apenas a Vale conseguindo sustentar uma pequena alta no fechamento, enquanto Petrobras enfrentou perdas significativas.
Destaques da sessão
Com um giro de R$ 26,0 bilhões na última sessão de agosto, apenas sete ações do Ibovespa conseguiram encerrar o dia em alta. Dentre elas, destaca-se a Petz, que registrou uma valorização de 5,18%. Rumores sobre uma possível fusão com seu principal concorrente, a Cobasi, impulsionaram os papéis da Petz.
As empresas ligadas ao setor de minério e petróleo, como 3R Petroleum (+2,24%) e Prio (+1,33%), também apresentaram desempenho positivo devido às movimentações nos mercados internacionais.
Influência dos mercados internacionais
O cenário internacional desempenhou um papel importante nas oscilações do mercado brasileiro. O minério de ferro subiu 3,54% em Dalian, na China, enquanto o petróleo Brent registrou um avanço de 1,86% em Londres e o WTI de outubro teve uma alta de 2,45% em Nova York.
Cenário cambial e resumo dos movimentos
No cenário cambial, o Ibovespa encerrou agosto em 23.376,98 pontos, refletindo a queda no índice de ações e o avanço do dólar em relação ao real.
Em 2023, o Ibovespa apresentou oscilações, indo de 20.100,65 pontos no início do ano a 24.654,87 pontos no fim de junho.
Perspectivas
Em resumo, o Ibovespa encerrou agosto em queda, influenciado por fatores internacionais como a desaceleração chinesa e a incerteza nos juros americanos. As questões fiscais internas também afetaram o ânimo dos investidores, que seguem cautelosos em relação à meta de déficit zero para 2024. O desempenho positivo de empresas ligadas ao setor de commodities e os movimentos nos mercados internacionais também contribuíram para as oscilações do mercado brasileiro.
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