As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem em leve alta, em dia de divulgação de estatísticas fiscais deficitárias no Brasil e dos gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês), – indicador preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) para balizar a politica monetária norte-americana – que vieram em linha com o consenso.
Na leitura de Ricardo Jorge, especialista em renda fixa e sócio da Quantzed, o PCE teve impacto zero na curva de juros porque veio em linha com o esperado pelo mercado: tanto no mês a mês, quanto anos e núcleos.
“Sem grandes movimentações aqui nos DI agora depois da divulgação do PCE, mas com relação a outra ao déficit primário, sim, isso é uma notícia ruim”, analisa.
“Ontem, inclusive, no final do dia o mercado já começou a precificar esse déficit, porque isso traz mais incerteza com relação ao cronograma do governo a respeito do cumprimento das metas fiscais. Esse número é ruim, esse déficit maior é ruim e com certeza o mercado vai seguir atento aos novos números para acompanhar se de fato o governo vai conseguir, se está no caminho certo para cumprir as suas metas de superávit ou se a coisa vai sair do trilho.”
Mais cedo, o Banco Central (BC) divulgou que o setor público consolidado registrou déficit primário de R$35,8 bilhões em julho, ante superávit de R$20,4 bilhões em julho de 2022. Houve déficits de R$32,5 bilhões no Governo Central e de R$4,2 bilhões nos governos regionais, e superávit de R$904 milhões nas empresas estatais. Nos doze meses encerrados em julho, o setor público consolidado registrou déficit de R$80,5 bilhões, equivalente a 0,78% do PIB (0,54 p.p. superior ao déficit acumulado até junho)
Lá fora, a renda dos norte-americanos em julho subiu 0,2% em relação a junho, uma alta de US$45,0 bilhões em termos absolutos, segundo dados divulgados pelo Departamento do Comércio dos Estados Unidos. Os gastos pessoais (PCE, na sigla em inglês) subiram 0,8% na mesma base de comparação, uma alta de US$ 144,6 bilhões.
Por volta das 10h10 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,380% de 12,380% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,490% de 10,060%, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,065%, de 10,060%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,235% de 10,215% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,8821 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels