As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) operam em forte alta. O movimento está de acordo com a expectativa do mercado para a divulgação do IPCA-15, nesta semana, que deve ancorar novos patamares para a curva de juros.
Quem explica é Alexandre Almeida, economista da CM Capital.
“O que o investidor tem que ficar de olho é o IPCA-15, na quinta-feira, que deve balizar expectativas quanto as curvas de juros, levando em consideração que caso a inflação observada seja superior a projetada deve ocorrer uma nova inclinação das curvas de juros, principalmente das mais curtas, em detrimento aos mais longos”, diz.
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A Bolsa passou toda a primeira metade do pregão no otimismo puxada pela boaperformance das ações ligadas às commodities, como Vale, Petrobras e siderúrgicas, que têm peso expressivo no índice, mas perdeu força e passou acair com a piora no exterior e a fala do ministro Paulo Guedes sobre reforma do Imposto de Renda. As preocupações quanto à PEC dos precatórios, inflação por aqui e no mundo e um exterior negativo deixa o investidor cauteloso. O ministro da Economia, Paulo Guedes, prestou depoimento na Câmara para explicar suas movimentações financeiras no exterior. O aumento do minério de ferro em Dalian, na China – subiu de 7,0% devido à expectativa de elevação da produção da commodity no país asiático. favoreceu a alta das empresas ligadas às commodities.
O dólar não perde o fôlego e continua operando em forte alta. Em dia de aversão ao risco global devido ao avanço da inflação, as emergentes perdem força, e com o real não é diferente.
De acordo com o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno, “as moedas emergentes estão recuando e o real indo na esteira”. Ele faz menção especial à lira turca, que voltou a ter forte depreciação e gera temor com uma crise futura. Rostagno acredita que a continuidade do presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afasta as incertezas sobre uma postura mais dovish (menos propensa ao aumento de juros) da diretora do Fed, Lael Brainard, que era cotada para substituir o atual presidente, mas pondera: “Embora exista uma pressão da ala hawkish (mais propensa ao aumento de juros) para o aumento dos juros, isso não deve ocorrer antes do segundo trimestre do próximo ano”, pontua.
Veja como estava o mercado por volta das 13h40 (de Brasília):
IBOVESPA: 102.199 pontos (+0,07%)
DÓLAR À VISTA: R$ 5,6510 (+1,01%)
DÓLAR FUTURO (DEZ): R$ 5,655 (+1,17%)
DI JAN 2022: 8,702% (+0,71%)
DI JAN 2023: 12,435% (+0,76%)
Pedro de Carvalho / Agência CMA
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