O dólar comercial fechou em R$ 5,6100, com alta de 0,73%. A moeda norte-americana foi diretamente impactada pelo temor de recessão global com o avanço de casos da Covid e restrições na Europa e, em segundo plano, pela Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.
Para a economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, “o dólar está forte no mundo inteiro, motivado pelas medidas restritivas na Europa, como o lockdown na Áustria e possíveis restrições na Alemanha. A questão hoje é mais global do que doméstica”.
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Os precatórios, porém, continuam no radar: “A notícia do fatiamento da PEC não foi ruim, é uma alternativa que ao menos mostra mais celeridade nas negociações e isso é bem visto pelo mercado”, pontua Abdelmalack.
De acordo com o head de análise macroeconômica da Greenbay Investimentos, “existe um movimento de risk-off (aversão ao risco) devido ao fechamento de alguns países na Europa, como a Áustria, devido à Covid”.
Serrano, porém, não acredita que o movimento do câmbio de hoje tenha efeito dos precatórios: “O real, nos últimos dias, tem se descolado dos pares. O movimento desta sexta parece mais uma correção técnica do que a parte fiscal”, pontua.
Segundo a economista e estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Cristiane Quartaroli, “existe um quadro de cautela global com a nova de Covid, e o crescimento para 2022 já está sendo revisado para baixo. Para os emergentes isso é ainda pior, já que a China é muito importante para estas economias”.
Já no âmbito doméstico, Quartaroli é enfática: “(a PEC) é uma novela que não tem fim, e isso pode dar margens para uma piora do mercado. Isso contribui para o enfraquecimento do real”.
Enquanto não houver uma definição dos precatórios, pontua a economista, o mercado vai ficar nesse “vai e vem, ainda mais agora que estamos prestes a entrar em um ano eleitoral”.
Paulo Holland / Agência CMA
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