O dólar comercial fechou em R$ 5,5690, com alta de 0,77%. A moeda norte-americana teve baixa volatilidade durante a sessão, e foi pressionada pelos indícios de aquecimento da economia dos Estados Unidos e pelas já habituais dificuldades e morosidade na aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) dos Precatórios.
De acordo com o analista de investimentos da Toro, Helder Wakabayashi, “estamos começando a enxergar o início de uma retomada econômica nos Estados Unidos, o que também pode gerar inflação e o aumento precoce de juros”.
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As indefinições fiscais, diz Wakabayashi, faz com que não seja possível fazer previsões a longo prazo: “Acabamos não sendo atrativos e estes investimentos acabam deslocados para outros mercados”, complementa o analista.
Segundo o economista-chefe da SulAmérica Investimentos, Newton Rosa, “há uma nítida sensação de que os investidores estão buscando um porto seguro fora do país”. Este porto seguro seriam as economias desenvolvidas, em especial a dos Estados Unidos, que dá sinais de forte recuperação.
Rosa vê enormes dificuldades na aprovação dos Precatórios: “O imbróglio está cada vez maior, agora com os senadores tentando colocar os precatórios fora do teto. Isso não é necessariamente ruim, mas gera novas negociações”, pontua.
“Dificilmente a proposta será aprovada da maneira que ela saiu da Câmara, e isso pode deteriorar ainda mais o ambiente fiscal, aumentando a aversão ao risco”, destaca Rosa.
De acordo com fonte ouvida pela CMA, “lá fora o dólar se valoriza, mas agora os senadores querem colocar coisas por fora na PEC. Isso é horrível”. Uma destas “coisas” seria o pedido para que o Auxílio Brasil se torne um programa permanente, não tendo o valor de R$ 400 mensais reduzido após dezembro do próximo ano.
A fonte ainda diz que o cenário é de cautela: “A situação continua delicada, sendo improvável uma valorização do real em curto prazo. Está claro que o governo entrou no modo populista”, constata.
Paulo Holland / Agência CMA
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