A companhia espera chegar a um nível de normalidade em custos, que aumentaram no terceiro trimestre, mas não precisou em quanto deve ser essa redução, citando uma perspectiva de maior diluição com o aumento da verticalização após aquisições realizadas.
“Já sentimos redução em praças como Belo Horizonte (MG) e enxergamos oportunidades importantes de crescimento em locais com menos 40% da verticalização, como no Rio de Janeiro e no Rio Grande Sul”, disse Irlau Machado Filho, presidente da companhia, na sua teleconferência de resultados do terceiro trimestre.
Os executivos também esperam ter melhores resultados com o Plano 50+, que tem foco em idosos, que foi paralisado e agora tem sua estratégia comercial novamente acelerada. “Tínhamos esse plano estabelecido há mais de dois anos, não tem relação com a concorrência por conta da CPI (da Covid). O foco é em beneficiários de “melhor idade”, que agora estão vacinados, estamos pisando no acelerador, principalmente em São Paulo”, comentou Marcelo Marques Moreira Filho, diretor financeiro da companhia.
No terceiro trimestre, a sinistralidade caixa piorou 11,4 pontos percentuais em relação ao 3T20, para 80,1%, de 68,6%. Em 2019, o indicador fechou o anoem 70,3% e em 68,3% em 2020. Em planos de saúde, a sinistralidade mede a relação entre o número de procedimentos acessados pelo beneficiário e o valor pago pela assistência.
“Estamos buscando chegar a uma margem no nível pré-pandemia, com menor sinistralidade, o que deve ocorrer com a queda das internações por covid, e com a maior verticalização. Estamos muito otimistas com as perspectivas para 2022”, explicou o presidente da operadora. “Ainda teremos efeitos da ‘cauda longa’ no quarto trimestre, mas menor que no terceiro trimestre”, estima, referindo-se à inflação de custos hospitalares reflexo da pandemia de covid-19.
A companhia disse ter menos de 5% de internações de pacientes com covid-19, o que também deve reduzir os custos em relação ao trimestre anterior, que teve mais internações relacionadas à doença e que alongou a permanência para mais de 90 dias nestes casos.
Apesar da queda de internações relacionada à covid, as contas médicas permaneceram altas no terceiro trimestre. O impacto dos tratamentos de covid-19 foi de R$ 247 milhões na sinistralidade caixa da companhia.
“Há um volume alto de consultas e exames, oriundos do primeiro trimestre, mas já sentimos redução e uma volta à normalidade, que ainda não está refletida nas demonstrações financeiras. As aquisições também devem reduzir os custos através da verticalização”, pontuou o diretor financeiro da companhia.
No trimestre passado, houve aumento de custos e utilização de materiais e medicamentos, desmobilização de estrutura adicional usada no pico de Covid-19, recebimento de contas médicas referentes ao segundo trimestre. As internações hospitalares aumentaram para 75%, de 71% no 3T20 e as consultas em 0,5 pp, para 76%.
Segundo a companhia, a verticalização do custo total do HMO durante o 3T21 está em linha com o primeiro semestre do ano, mas ainda aquém do normal devido a cobranças substancialmente mais altas de hospitais da rede contratada e maior frequência de exames.
“Apesar do ebitda positivo, estamos operando em breakeven, com prejuízo”, finalizou.
Cynara Escobar / Agência CMA
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