As taxas dos contratos de Depósito Interfinanceiro (DI) encerraram o pregão com queda, revertendo um início de dia em alta. Os comentários do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, indicando uma lenta redução da inflação de serviços e destacando a necessidade de maior transparência no ajuste fiscal, aliados às medidas anunciadas pelo governo para incrementar a arrecadação, contribuíram para a inversão da tendência.
No começo do dia, os juros operavam em alta, reflexo de dois acontecimentos da sexta-feira anterior: a leitura acima do esperado do IPCA-15 e as declarações de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve dos EUA. Powell mencionou que as taxas de juros americanas poderiam subir, se necessário, mas sinalizou uma abordagem mais cautelosa nas futuras decisões relacionadas ao tema.
Ao longo do pregão, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, voltou a trazer comentários sobre a política monetária, gerando divisão no mercado. Ele ressaltou a observação da inflação de serviços – que apresentou resultados positivos no IPCA-15 de agosto – reforçando a trajetória de declínio das taxas. Porém, também reiterou a importância do ajuste nas contas públicas para a redução das taxas, gerando dúvidas quanto à capacidade governamental de reduzir o déficit primário.
No final do pregão, as taxas dos DIs perderam força e passaram a cair, principalmente nas partes intermediárias e mais longas da curva. Esse movimento foi intensificado pelo anúncio das medidas governamentais para aumentar a arrecadação, trazendo mais clareza sobre a situação fiscal. Entre as ações previstas, destaque para o projeto de tributação de offshores e a medida provisória que visa tributar fundos exclusivos.
Nas movimentações do mercado:
- DI para janeiro de 2024 registrou alta a 12,410%, saindo de 12,405% no ajuste da sexta-feira anterior;
- A taxa para janeiro de 2025 avançou para 10,525%, subindo de 10,505%;
- A taxa para janeiro de 2026 teve incremento para 10,070%, partindo de 10,060%;
- A taxa para janeiro de 2027 caiu para 10,210%, frente a 10,232%;
- A taxa para janeiro de 2029 recuou para 10,680%, saindo de 10,723%.
Imagem: Piqsels