Hoje (25), o mercado financeiro encontra-se sob influência das palavras do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, que anunciou que a política monetária americana permanecerá restritiva até que a inflação mostre uma queda sustentada em direção à meta. Durante seu aguardado discurso no Simpósio de Jackson Hole, Powell reforçou o compromisso do banco central dos EUA em garantir a estabilidade de preços. A reação não demorou: os rendimentos dos Treasuries subiram, o dólar ganhou força e as bolsas de Nova York viraram para o negativo após uma abertura em alta.
- Receba primeiro as notícias e análises que vão impactar o mercado. Assine o exclusivo Monitor do Mercado Real Time. Recomendações de investimento e informações, minuto a minuto, direto no seu celular. Clique aqui para conhecer.
Possíveis impactos para investidores
Os investidores devem estar atentos aos desdobramentos dessa declaração de Jerome Powell. A sinalização de que o Federal Reserve está disposto a aumentar ainda mais as taxas de juros caso seja necessário pode afetar o fluxo de capitais nos mercados globais, influenciando diretamente as estratégias de investimento. O aumento dos rendimentos dos Treasuries pode atrair investidores em busca de maior retorno em títulos de renda fixa, o que poderia pressionar outros ativos, como ações e moedas de países emergentes.
Repercussão nos mercados
O mercado reagiu rapidamente às palavras de Powell. O dólar ganhou força frente a outras moedas e atingiu o valor de R$ 4,90 no mercado à vista. Esse fortalecimento está relacionado ao índice DXY do dólar, que também avançou em relação a outras moedas principais e emergentes. No entanto, é importante notar que, apesar desse movimento, o dólar acumula uma queda de quase 1,80% ao longo da semana.
Rendimentos futuros
Os impactos das declarações de Powell não ficaram restritos aos mercados internacionais. Aqui no Brasil, os juros futuros, representados pela taxa DI para janeiro de 2025, apresentaram uma elevação para 10,53%, em comparação com a taxa de 10,384% no ajuste anterior. Esse movimento está relacionado à interpretação dos agentes de mercado de que o dado de inflação de agosto, medido pelo IPCA-15, desautoriza a expectativa de uma queda mais intensa da taxa Selic. Os investidores agora concentram suas apostas na manutenção do atual ritmo de redução de -0,50 ponto percentual pelo Banco Central.
Ibovespa e dólar
O Ibovespa, índice de referência da Bolsa de Valores brasileira, refletiu as preocupações dos investidores com a inflação e outros indicadores econômicos, além das declarações de Powell. Iniciando a tarde com uma queda de 1,35%, o índice alcançou cerca de 115 mil pontos, reduzindo a alta semanal para cerca de 0,30%. Já o dólar, mesmo com o fortalecimento em relação ao real, acumula uma queda de quase 1,80% ao longo da semana, demonstrando uma volatilidade que requer atenção dos investidores.
Possíveis cenários
O mercado está agora atento às perspectivas de aumento de juros pelo Federal Reserve até novembro, cenário que ganha força no CME Group. Os investidores devem considerar os possíveis desdobramentos desse movimento nas estratégias de alocação de ativos, considerando os impactos nos rendimentos, nas ações e nas moedas. As incertezas internacionais podem também afetar o cenário econômico local e as decisões do Banco Central do Brasil.
Imagem: Piqsels