Os juros futuros encerraram o dia em queda, contrariando a alta do dólar e os retornos dos Treasuries. O movimento inicial de alta na curva, atribuído a questões técnicas e ajustes pré-leilão do Tesouro, perdeu força ao longo da sessão.
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Com poucos eventos de destaque na agenda, o cenário favorável permanece impulsionando o mercado, graças à melhora na percepção de risco político e fiscal após a aprovação do arcabouço na Câmara. Isso resultou em uma correção nas taxas, que se aproximaram dos níveis anteriores. O mercado agora aguarda a divulgação do IPCA-15 amanhã.
- A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2024 fechou a 12,390%, atingindo o menor patamar desde 7/4/2022 (12,125%), em comparação com os 12,396% do ajuste anterior;
- Para janeiro de 2025, a taxa caiu de 10,43% para 10,40%;
- DI de janeiro de 2027 registrou taxa de 10,16%;
- DI de janeiro de 2029 recuou para 10,68%, vindo de 10,70%.
Mercado em tendência de correção e estabilidade pós-leilão
No início do dia, as taxas subiram moderadamente, seguindo a tendência da curva americana e ajustando parte dos ganhos do dia anterior. Esse movimento estava em consonância com os preparativos para uma possível oferta de títulos prefixados pelo Tesouro. Mesmo em um ambiente com pouco apetite por risco, o Tesouro conseguiu colocar um lote significativo de papéis, totalmente vendidos. Após o leilão, as taxas dos DIs voltaram à estabilidade, apesar das pressões sobre os Treasuries e o câmbio. Investidores descartaram posições de hedge nos derivativos.
Embora a aprovação tenha sido bem recebida, especialistas ainda expressam dúvidas sobre a capacidade do governo de arrecadar o necessário para atingir as metas de primário definidas no novo marco fiscal, especialmente a meta de zerar o déficit em 2024.
Câmara mostra preocupação fiscal
As taxas renovaram as mínimas durante a tarde, seguindo as estimativas de José Guimarães (PT), líder do governo na Câmara e próximo ao presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL). Ele estima que as medidas fiscais podem gerar receitas extras superiores a R$ 150 bilhões em 2024, ultrapassando as previsões de R$ 205 bilhões do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Essas receitas podem advir do retorno do voto de qualidade do Carf, do fim da subvenção do ICMS para os Estados, da taxação de apostas esportivas e da tributação de fundos.
Imagem: Piqsels