As taxas dos contratos de juros futuros (DIs) abriram em leve alta em um dia no qual a evolução da agenda de indicadores econômica e os acontecimentos políticos disputa espaço com o leilão de títulos públicos programado pelo Tesouro Nacional para o fim da manhã de hoje.
Por volta das 10h15, o DI para janeiro de 2022 apresentava taxa de 6,735%, de 6,725% no ajuste anterior de 8,40% janeiro de 2027 tinha taxa de 9,83%, de 9,77%, na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar à vista operava em queda de 0,4%, cotado na faixa de R$ 5,16.
No campo dos indicadores, a taxa de desocupação medida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE) no âmbito da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio (PNAD) fechou o segundo semestre em 14,1%. Apesar de tratar de um recorde para o período, houve queda em relação ao primeiro trimestre, quando o desemprego estava em 14,7%. O número também ficou abaixo das estimativas dos analistas (14,5%).
Entretanto, enquanto 74,9 milhões de brasileiros seguem fora do mercado de trabalho, o rendimento médio real dos trabalhadores registrou queda expressiva (-3,0% ante o primeiro trimestre de 2021 e -6,6% na comparação com o segundo trimestre de 2020). “Com o rendimento em queda, a massa salarial também apresentou resultado frágil só não foi pior por conta de uma melhora no número de pessoas trabalhando”, observa o economista-chefe da Necton Corretora, André Perfeito.
Enquanto isso, a proposta do Orçamento de 2022 chega hoje ao Congresso em meio a mais dúvidas do que certezas. Os investidores estão especialmente atentos à questão dos precatórios e ao novo Bolsa Família. Os participantes do mercado temem que as verbas destinadas ao pagamento das dívidas e ao programa social sejam colocadas fora do teto dos gastos.
Em relação ao leilão, Luís Felipe Laudísio, operador de renda fixa da Renascença Corretora, especula que o Tesouro Nacional pode voltar a testar o mercado e ofertar uma quantidade maior do que em leilões anterior. “De qualquer forma, não esperamos uma elevação considerável, que pode ser mal recebida pelo mercado”, adverte ele.
Ricardo Gozzi / Agência CMA
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