As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) abrem majoritariamente em alta, ainda refletindo o tom mais hawkish que o mercado assinalou à ata do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), divulgada na tarde de ontem.
O economista-chefe do banco Bmg, Flavio Serrano, considera que as taxas estão sendo pressionadas por conta de uma maior probabilidade do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) estender o ciclo de altas. “Não deve aumentar na próxima reunião, maior risco é no 4 tri, em último movimento.”
A leitura da ata feita pela Ajax Assets pondera que apesar dos progressos observados com a inflação, os diretores do Fed deixaram claro que ainda há trabalho a fazer, que novas elevações dos juros não são descartadas e, como as próximas decisões dependem dos indicadores a serem divulgados, é provável que ocorra nova pausa no ciclo de alta em setembro.
A atividade econômica continua resiliente, e espera-se um crescimento abaixo do seu potencial, o que deve reduzir o desequilíbrio entre a demanda e oferta.
“Além da política monetária restritiva, observa-se um menor estoque de excesso de poupança entre as familias, abrandamento das condições do mercado de trabalho.” No mercado de trabalho, apesar de continuar apertado, foram destacados sinais de menor desequilíbrio entre a oferta e demanda por mão de obra, e declínio do número de vagas em aberto.
A inflação segue acima do objetivo do Fed, mas os resultados mostram uma melhora no quadro, como as menores variações dos preços dos bens e da habitação e o recuo das expectativas de inflação de curto prazo. “Os diretores avaliam que as pressões desinflacionárias precisam se tornar evidentes nos preços dos serviços sem habitação.”
Dentre os riscos, diz o boletim fala da alta da inflação, o que justifica a continuidade da política monetária restritiva e mesmo nova elevação dos juros.
Por volta das 10h30 (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,440 % de 12,445% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,510 % de 10,530 %, o DI para janeiro de 2026 ia a 10,065 %, de 10,055 %, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,255 % de 10,230 % na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em baixa, cotado a R$ 4,9653 para a venda.
Camila Brunelli / Agência CMA
Imagem: Piqsels