A Aliansce Sonae divulgou ontem (14) o balanço do segundo trimestre de 2023, com lucro líquido de R$ 152,9 milhões, queda de 3,6% em relação ao mesmo período do ano passado.
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O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 465,4 milhões, alta de 16,3% na comparação anual, com alta de 1,6 ponto percentual na margem Ebitda ajustado, que encerrou o trimestre em 73,2%.
No segundo trimestre de 2023, receita líquida de R$ 643,8 milhões, crescendo 12,3% em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. Os destaques de performance foram aluguéis e estacionamento.
A receita de locação atingiu R$ 498,3 milhões, um aumento de 11,7% na comparação anual, impulsionada pela expressiva redução em descontos, intensificada nos últimos trimestres. Esse movimento já reflete o início da captura de sinergias de receita, em função da relevância comercial da companhia combinada.
O resultado de estacionamento totalizou R$ 108,1 milhões, expandindo 12,8% em relação ao mesmo período de 2022, variação ocasionada, principalmente, por aumento de ticket. A receita de serviços, por sua vez, foi de R$ 65,1 milhões, um crescimento de 6,5% em relação à base do ano anterior.
O NOI totalizou R$ 563,5 milhões, crescimento de 8,3% em relação ao mesmo período do ano anterior, já considerando o efeito de provisão de devedores duvidosos (PDD). Segundo a companhia, o resultado é reflexo do bom desempenho em aluguel, estacionamento e a eficiência em custos operacionais. No trimestre, a PDD foi impactada por maior nível de provisionamento referente a grandes varejistas enfrentando dificuldades financeiras.
As receitas financeiras somaram R$ 70,1 milhões, uma redução de 13,1% em relação ao mesmo período no ano anterior, devido ao menor saldo médio de caixa, parcialmente compensada pelo cenário econômico de maior taxa de juros. Já as despesas financeiras totalizaram R$ 201,6 milhões, uma redução de 13,8% em comparação ao mesmo período de 2022. Esse decréscimo deriva, em maior parte, da queda nos índices de inflação IGP-DI e IPCA.
O FFO atingiu R$ 273,1 milhões no 2T23, expansão de 26,9% quando comparado ao mesmo período no ano anterior. A variação positiva do indicador é reflexo do crescimento de Ebitda, e também da melhora do resultado financeiro.
O resultado financeiro corroborou as ações bem-sucedidas de gestão de passivos como pré-pagamentos e contratações de novas linhas de crédito, assim como reflete um impacto positivo derivado dos financiamentos corrigidos pelos índices de inflação, principalmente IGP-DI.
O custo médio da dívida foi de 14,4%, o que equivale à taxa de CDI + 0,8%. O patamar alcançado decorre das ações de gestão de passivos executadas nos últimos trimestres. No segundo trimestre de 2023, a relação Dívida Líquida / EBITDA da Companhia foi de 2,4x.
No segundo trimestre de 2023, o Capex realizado foi de R$87,9 milhões, investidos em manutenção e revitalização de seus shoppings; expansões; desenvolvimento de projetos da ALLOSTECH (nova marca da Alsotech) para soluções figitais e investimentos em equipamentos para mídia.
No segundo trimestre de 2023, as vendas totais fecharam em R$ 9,5 bilhões, um crescimento de 5,4% na comparação anual. O mês de junho foi o mais forte do trimestre, com as vendas, superando em 7,4% a base de 2022.
As vendas /m2 também seguiram em trajetória positiva, alcançando R$ 1.708, um aumento de 3,7% versus o mesmo período do ano passado. E, no primeiro semestre de 2023, a companhia apresentou expansão de 7,1% em SSS. Em julho de 2023, a prévia de crescimento das vendas aponta para o patamar de 10,1% em comparação ao ano anterior, indicando reaceleração sobre o segundo trimestre de 2023.
A taxa de ocupação foi de 95,7%, uma redução de 1,2 p.p. comparada ao mesmo período de 2022. A vacância foi impactada, pontualmente, pela decisão de negociar a recuperação de grandes áreas, devolvidas por lojistas em dificuldades financeiras. É importante destacar que o efeito desse movimento é mais representativo sobre os indicadores operacionais do que os financeiros, uma vez que a maturação dos contratos de locação do ano anterior já refletiu forte crescimento de aluguel no trimestre, apesar da menor ocupação. Essa dinâmica de substituição de grandes áreas representa uma oportunidade estratégica, com potencial de maior rentabilização dos aluguéis, ao explorar opções como a satelitização dos espaços e qualificação de mix, alinhadas às demandas atuais dos consumidores.
O custo de ocupação foi de 10,8%, 51 bps acima do registrado no mesmo período do ano passado. As despesas de aluguel representaram 6,6%, enquanto os encargos comuns e despesas com fundo de promoção (FPP) representaram 4,2% do custo total. O saudável nível do custo de ocupação para operação dos lojistas contribuiu para que a inadimplência líquida se mantivesse em patamar controlado no trimestre.
Emerson Lopes / Agência CMA
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