São Paulo, 15 de junho de 2021 – A Agência Nacional de Vigilância
Sanitária (Anvisa) estendeu em seis semanas o prazo máximo de validade das 3
milhões de vacinas da Janssen contra a covid-19 que devem ser entregues ao
Brasil nos próximos dias. Com isso, a data de validade passa de 27 de junho
para 8 de agosto.
A Anvisa também permitiu a extensão do prazo de armazenamento da vacina da
farmacêutica de três para quatro meses e meio sob temperaturas de 2 a 8 graus
centígrados. Segundo a agência, a decisão considerou parecer anterior da
Food and Drug Administration (FDA), autoridade sanitária dos Estados Unidos,
que já havia autorizado a alteração do prazo de validade da vacina na semana
passada, como também o envio das doses ao Brasil.
A chegada das 3 milhões de doses de vacinas da Janssen estava prevista para
hoje, mas foi adiada. O Ministério da Saúde disse ontem que o governo federal
"aguarda confirmação da data [de entrega] por parte do laboratório, mas a
expectativa é de que as doses cheguem ainda esta semana ao país em três
remessas".
O governo brasileiro comprou 38 milhões de doses de vacinas da Janssen
contra a covid-19, mas a previsão era de que elas chegassem no quarto
trimestre. As 3 milhões de doses atingidas pela decisão da Anvisa fazem parte
deste grupo, mas tiveram a entrega antecipada.
As vacinas da Janssen imunizam com apenas uma dose – diferentemente das que
têm sido usadas até agora no Brasil, que exigem duas doses. A expectativa é
de que elas sejam usadas unicamente nas capitais.
Queiroga também disse que, neste lote, o Brasil só pagará pelas vacinas
que conseguisse aplicar dentro do período de validade, e acrescentou que a
Janssen reduziu o valor total das vacinas que venderá ao Brasil em 25% por
causa de reduções no custo de produção, o que deve economizar R$ 480
milhões aos cofres públicos.
A vacina da Janssen possui autorização para uso emergencial no Brasil
desde 31 de março. Depois de 28 dias de aplicação, a vacina tem eficácia de
85% na prevenção da forma severa da covid-19 e de 66% nos casos moderados. Os
dados de eficácia e segurança se baseiam em estudo com 43.783 participantes em
oito países, incluindo o Brasil, de três continentes com uma população
diversa e ampla, sendo 34% dos participantes com mais de 60 anos de idade.
Gustavo Nicoletta / Agência CMA (g.nicoletta@cma.com.br)
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