O dólar comercial fechou em alta de 0,59% no mercado à vista, cotado a R$ 5,0700 para venda, em sessão de forte volatilidade aqui e no exterior com investidores em compasso de espera pelo resultado da inflação nos Estados Unidos, além de ajuste técnico no mercado doméstico. Investidores aguardam também as decisões de política monetária de bancos centrais nos próximos dias.
O gerente da mesa de câmbio da Correparti, Guilherme Esquelbek, destaca o movimento local de compras por tesourarias de bancos e importadores, na primeira parte dos negócios. “Eles foram atraídos pelo preço ‘barato’ do dólar”, comenta, referindo-se às mínimas da moeda na sessão, ao redor de R$ 5,02. “À tarde, registrou as máximas da sessão ainda pela demanda de compras e com o fortalecimento da divisa no exterior”, ressalta.
O estrategista macroeconômico da XP, Victor Scalet, avalia que o desempenho da moeda acompanhou o exterior à espera dos números da inflação norte-americana, amanhã.
“O mercado entra também em compasso de espera pelos BCs na semana que vem”, diz. Amanhã, tem a decisão do Banco Central Europeu (BCE) e na semana que vem, tem a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) e do BC brasileiro.
Scalet acrescenta que um movimento “mais técnico” tem segurado a taxa de câmbio próximo dos R$ 5,04. “Tem uma resistência nessa faixa de preço. Mas os fundamentos ainda mostram um real se valorizando”, observa.
O profissional da XP ressalta que amanhã, a decisão do BCE e inflação norte-americana serão os principais “drivers” da sessão e pode adiantar uma leitura sobre o comunicado do Fed na semana que vem, que tem ressaltado que a pressão inflacionária no país é pontual. Após o resultado da inflação doméstica, acima do esperado (+0,83% em maio), Scalet pondera que “está ficando mais claro” que “o ajuste parcial” dado pelo BC na última ata deve ter mudanças no comunicado.
Flávya Pereira / Agência CMA
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