A Bolsa operou todo o dia em terreno negativo com investidores se desfazendo de alguns papéis e retornando ao patamar dos 129 mil pontos, depois de superar na véspera os 131 mil pontos. Os investidores mantiveram cautela á espera da divulgação amanhã do Indice de Preços ao Consumidor Amplo-IPCA- e nos Estados Unidos [CPI, sigla em inglês] na quinta.
O Ibovespa chegou a cair mais de 1% e fechou em baixa de 075%, aos 129.787,11 pontos. A mínima foi de 129.230,31 pontos e a máxima de 130.776,32 pontos. O giro financeiro atingiu R$ 3564 bilhões.
Nem mesmo o resultado positivo das vendas no varejo em abril, que vieram acima do esperado pelos analistas [subiu 1,8% em abril, ante março. O mercado previa queda de 0,7%] nesta manhã alavancou o índice.
Alguns analistas acreditam que a “melhora dos dados de varejo trazem uma preocupação de que os juros poderiam subir”. Em um evento esta manhã, promovido pelo JP Morgan, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que a normalização de juros vai ser parcial e que a inflação é temporária.
Algumas varejistas tiveram alta expressiva. Lojas Americanas (LAME4) aumentaram 1,69% aceleram 3,82%.
Mais cedo, a queda foi atribuída pela pressão dos bancos. O analista Luiz Henrique Wickert, da plataforma sim os bancos que puxam o índice para baixo, destaque para a queda do Itaú “. As ações do banco (ITUB4) chegaram a cair mais de 2% e fecharam em queda de 0,69% .
Ele afirma que notícia de que o Berkshire Hathaway, empresa do megainvestidor Warren Buffet, acertou a compra de uma fatia de US$ 500 milhões do Nubank pode ter influenciado negativamente. “A possibilidade de ambiente concorrencial para os bancos mais acirrado pode ter a ver ou simplesmente uma realização de lucros”.
Para Davi Lelis, sócio da Valor Investimentos, o recuo mais forte no Ibovespa chegando a ultrapassar mais 1% é motivada por alguns fatores. Lelis ressalta que a Eletrobras está puxando a queda devido às autoridades de desestatização debaterem em um evento, nesta manhã, às críticas à medida provisória da privatização da empresa. As ações da estatal (ELETR3 e ELET6) caíram mais de 2% e mais de 3%, respectivamente.
Ele também avalia que a queda da Marfrig (MRFG3) e BRF (BRFS3) também pressiona o índice. “Está sendo precificada a compra da Marfrig pela BRF e joga a BRF para baixo”.
Outra notícia que deixou os investidores preocupados foi que em nota Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) informou que alguns testes para o diagnostico de covid mostraram que a proteção vacinal não foi atingida e “indica que o crescimento econômico seja um pouco mais lento que o esperado trazendo um clima de cautela para as empresas”.
Na visão de Lelis, a prorrogação do auxílio emergencial para mais dois ou três meses, segundo o ministro da Economia, Paulo Guedes, “deixa o mercado mais receoso porque representa um gasto maior para os cofres públicos e um rombo um pouco maior na dívida brasileira”.
Uma fonte que não quis se identificar comentou que os papéis da Be (B3SA3) “estão tendo muita pressão, caíram mais de 5%”. A fonte questiona se “a pressão é sinal de um concorrente à vista”. Na semana passada circulou rumores de que a XP poderia competir com a B3.
Soraia Budaibes / Agência CMA
Copyright 2021 – Grupo CMA
Imagem em destaque: Piqsels.com