O Ibovespa fechou mais um dia no positivo e renovou as máximas pelo sexto dia consecutivo no interdiário com os investidores animados com as revisões das estimativas para cima do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro.
O principal índice da B3 encerrou os negócios com avanço de 0,50%, aos 130.776,27 pontos. A máxima interdiário foi de 131.190,30 pontos e a mínima foi de 129.498,16 pontos. O giro financeiro alcançou R$ 33,7 bilhões.
Para o economista-chefe Daniel Miraglia, da Integral Group, a Bolsa reflete o otimismo com as revisões para cima do PIB e de inflação que fazem com que a dívida/PIB fique menor que a previsão no início deste ano. “O mercado continua embalado nessa ausência, no curto prazo, de uma preocupação fiscal muito intensa”, afirmou.
Amanhã, segundo Miraglia, o investidor deve ficar atento ao Indice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGPD-I) por aqui e a balança comercial nos Estados Unidos. Mas reforça que os índices mais importantes da semana são o Indice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), na quarta-feira, e Indice de Preços ao Consumidor (CPI, sigla em inglês) nos Estados Unidos.
Segundo Cristiano Fernandes, diretor da Euroinvest, os bancos estão puxando o índice, mas atribui esse movimento positivo às questões macroeconômicas. “os Estados Unidos manterão a compra de ativos, muitos estrangeiros saindo de dólar e comprando Bolsa e a revisão de projeções para o PIB brasileiro.
As ações dos bancos fecharam em alta. Bradesco (BBDC3 e BBDC4) subiram 1,37% e 1,24%, respectivamente (SANB11) avançou 1,89%, nessa ordem.
No final da manhã, segundo o analista João Vitor Freitas, da Toro Investimentos, a Bolsa estava fazendo um movimento normal de ajuste. “Depois de ter levado 130 mil pontos, volta um pouco para baixo fazendo uma leve correção”.
Freitas avalia o cenário positivo que impacta o mercado acionário. “Ibovespa renovando máxima atrás de máxima, o dólar chegando perto dos R$ 5 , em um contexto de diversas previsões para cima do PIB e as empresas relacionadas a consumo interno começam a evoluir muito bem”, disse.
As commodities, segundo o analista da Toro, estão perdendo um pouco de força embora o cenário seja positivo . “Vemos uma migração para as empresas ligadas à retomada econômica”.
O mercado fica prestando atenção em Brasília com expectativa para os avanços das reformas administrativa e tributária. “Podem ser um driver forte para contribuir com desempenho positivo na Bolsa”.
Hoje o presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) afirmou em um evento do Bradesco BBI que amanhã os lideres partidários vão discutir a abertura da comissão especial para avaliar o texto da reforma administrativa. Ele também disse que Medida Provisória (MP) para a privatização da Eletrobras será votada em hábil, caso seja alterada pelo Senado. O prazo limite para a aprovação é 22 de junho.
Para os analistas da Sul América, de maneira geral, o momento é bom para os ativos na Bolsa, mas as expressivas altas na Bolsa pode sugerir uma acomodação no curto prazo. “Novos avanços dependerão da agenda econômica, evolução da MP da Eletrobras e continuidade da CPI da pandemia”, enfatiza.
No radar dos investidores, segundo Villegas, no curto prazo, seguem a inflação os riscos inflacionários e o impacto de um imposto corporativo mínimo sobre as empresas de tecnologia”.
Soraia Budaibes / Agência CMA
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