O Ibovespa e o dólar estadunidense operam em alta, enquanto os juros e taxas caem no mercado financeiro brasileiro nesta sexta-feira (11). A Bolsa opera com instabilidade, com mercado ainda absorvendo o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de julho e as ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) ajudando a manter o índice no positivo, mas pode virar.
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Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou o IPCA, que subiu 0,12% e ficou acima das expectativas de alta de 0,07%. No acumulado do ano até julho, a alta foi de 3,99%.
As ações da Petrobras (PETR3 e PETR4) subiam 0,65% e 0,13%.
Às 12h51 (horário de Brasília) o principal índice da B3 subia 0,06%, aos 118.431,78 pontos. O Ibovespa futuro com vencimento em agosto tinha alta 0,43%, aos 118.600 pontos. O giro financeiro de R$ 9,2 bilhões. Em Nova York, as bolsas operavam mistos.
Gabriel Mota, operador de renda variável da Manchester Investimentos, disse que a Bolsa reflete o IPCA e a alta da Petrobras. “Os pontos positivos do IPCA foram a desaceleração do núcleo e serviços, o geral veio acima do consenso; as ações da Petrobras sobem e ajudam a Bolsa, mas o cenário é difícil para a empresa e hoje teve fala do Lula um pouco mais forte que sugere cautela do mercado, mas apesar disso a Petrobras avança; o fato de os bancos não estarem realizando também ajudam”.
O dólar segue misto, volátil. O movimento reflete as dúvidas do mercado sobre os próximos passos do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), após os difusos sinais da economia estadunidense.
A economista-chefe da Veedha Investimentos, Camila Abdelmalack, observa que o movimento também mostra o aumento dos juros dos Treasuries (títulos do Tesouro dos Estados Unidos), e que o PPI exerce pressão para a moeda norte-americana ganhar força.
As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) seguem em queda, após a divulgação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mostrou dados acima do esperado pelo mercado.
Na análise de Andrea Damico, economista-chefe da Armor Capital, apesar do headline pior, a abertura do IPCA foi boa – especialmente por conta de uma desaceleração relevante de serviços subjacentes. “Eles já tinham cedido bem ali no IPCA 15 de julho, mas no fechamento eles cederam ainda mais. Cederam para menos da metade daquela aceleração do dado em junho. Então, um resultado extremamente importante, extremamente benigno”, comenta.
“A gente teve, sim, uma alta nos bens industriais, principalmente nos duráveis, que é reflexo, essencialmente, do fim do desconto de automóvel. Não nos preocupa isso, é um efeito puramente pontual.”
A especialista disse que a Armor mantém projeção de mais dois cortes de 0,50 p.p. e uma de 0,75 no fim do ano. “Eu acho que começa a entrar no radar eventualmente uma aceleração [nos cortes], talvez antes até do que a gente está pensando. Se os serviços subjacentes permanecerem nesse patamar, em termos anualizados, a gente está falando de serviços subjacentes na meta, então é um resultado fantástico”, completa Andrea.
Veja como estava o mercado por volta das 13h10 (de Brasília):
- IBOVESPA: 118.489,84 (+0,28%)
- DÓLAR À VISTA: 4,8961 (+0,28)
- DI JAN 2024: 12,410% (-0,28%)
- DI JAN 2027: 9,975% (-0,19%)
Camila Brunelli / Agência CMA
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Imagem: Piqsels