No vermelho desde a primeira hora de negócios, o dólar comercial acabou encerrando a sessão em queda, no sétimo recuo consecutivo ante o real. A moeda norte-americana acelerou as perdas no meio da tarde descolando-se do exterior, em movimento técnico local de desmonte de posições defensivas com o mercado doméstico à espera da sanção do Orçamento de 2021 pelo presidente Jair Bolsonaro. Ao final do dia, o dólar comercial caiu 1,65%, cotado a R$ 5,4550 para venda.
Fernanda Consorte, economista chefe do Banco Ourinvest, chama a atenção para o fato de parte da queda consistir em um ajuste do mercado de câmbio à melhora do apetite por risco no decorrer do feriado.
Jefferson Menzinger, especialista em câmbio da Valor Investimentos, atribui a queda mais acentuada do dólar à expectativa em relação ao avanço de reformas econômicas agora que o impasse em torno do Orçamento ficou para trás.
No exterior, entretanto, a divisa norte-americana passou a ganhar um pouco mais de força e opera com ganhos frente às principais moedas de países emergentes apesar das especulações em torno de um aumento da taxação dos ganhos de capital nos Estados Unidos.
Raphael Figueredo, sócio-analista da Eleven Financial, contesta a avaliação de que um possível aumento do imposto sobre ganhos de capital nos Estados Unidos seria benéfico para as moedas emergentes. “São alocações, volume de dinheiro, estratégias e propósitos completamente diferentes”, escreveu ele no Twitter.
Ricardo Gozzi e Eduardo Puccioni/ Agência CMA
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