A XP elencou quatro pontos de atenção na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), divulgada hoje de manhã. São eles: importância da política fiscal para os próximos passos da política monetária, necessidade de manter a política monetária em território contracionista, porque a maioria dos membros do Copom votou por um corte de 0,50 ponto percentual (pp) e o ritmo da flexibilização monetária adiante e o que poderia convencer o comitê a intensificá-lo. Ela ainda prevê que a Selic (taxa básica de juros) termine 2023 em 11,75%.
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“A ata descreve o cenário internacional como incerto, embora afirmou que ‘a sincronização da política monetária contracionista pode ter um impacto maior do que o esperado no hiato do produto global e no processo de desinflação'”, disse a XP.
“Sobre as expectativas de inflação, a ata chama a atenção para a ‘reancoragem parcial’ das expectativas e discute o que ainda mantém as expectativas acima da meta. Entre as explicações estão a incerteza fiscal e o risco de o Copom se tornar mais leniente com relação à inflação daqui para frente”, avaliou.
“Em suma, vemos a ata de hoje trazendo mais análises para reforçar o tom duro do comunicado pós-reunião. Posto isto, a ata também abre algum espaço ou uma (aparentemente improvável) aceleração no ritmo, ao descrever as condições necessárias para que isso aconteça (poderia ter simplesmente dito que não iria acontecer). Essas condições são: reancoragem mais sólida das expectativas, uma ampliação acentuada do hiato do produto ou uma dinâmica de inflação de serviços substancialmente mais benigna do que o esperado”, conclui.
Paulo Holland / Agência CMA
Imagem: Piqsels