As taxas dos contratos futuros de Depósitos Interfinanceiros (DI) caem na abertura do mercado, em dia de divulgação da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). As taxas daqui, no entanto, acompanham tendência global.
Na leitura do especialista em mercado de capitais, André Fernandes, que também é sócio da A7 Capital, os juros futuros hoje abriram em queda, mas nada tem a ver com o Copom.
“Acredito que parte dessa queda se deve ao movimento global de fechamento de curva, visto que as treasuries (títulos do Tesouro norte-americano) desde quinta-feira passada estavam subindo forte, e puxaram o mercado de juros global. Hoje amanheceram em queda, então tomamos isso como uma correção técnica, sem ter muito a ver com a ata do Copom”, analisa.
Fernandes considerou um dos pontos mais relevantes do documento, o relato de que os membros concordavam que havia espaço para corte na Selic (taxa básica de juros), ainda que uma ala quisesse -0,25 p.p. e a outra queria -0,50 p.p., como a de Gabriel Galípolo, diretor de política Monetária.
“Fica claro também que é consenso não aumentar o ritmo dos cortes, esvaziando, portanto, pequenas apostas do mercado de um corte de -0,75% ainda esse ano. Isso não deve acontecer, pelo menos ainda nesse ano”, analisa.
O especialista relatou que foi citada, na ata, uma reancoragem das expectativas da inflação, que ajudaram na decisão de corte na Selic, além de inflação de serviços que estava persistente. Agora, segue desacelerando, mesmo que em um ritmo mais lento – o que de alguma forma é positivo.
“Acredito que não haverá alterações no ritmo de cortes da Selic para esse ano, mantendo o ritmo de -0,50% em cada reunião – que já está contratado pelo mercado, levando a Selic para o fim de 2023 para 11,75%.”
Por volta das 10h (horário de Brasília), o DI para janeiro de 2024 tinha taxa de 12,470% de 12,490% no ajuste anterior; o DI para janeiro de 2025 projetava taxa de 10,500 % de 10,490 %, o DI para janeiro de 2026 ia a 9,935%, de 9,995%, e o DI para janeiro de 2027 com taxa de 10,035% de 10,110% na mesma comparação. No mercado de câmbio, o dólar operava em alta, cotado a R$ 4,9221 para a venda.